sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Senador apresenta pedido para criar CPI da CBF


O senador Mario Couto (PSDB-PA) pediu nesta quarta-feira a criação de CPI (comissão parlamentar de inquérito) no Senado para investigar a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O objetivo do senador é apurar o uso abusivo de poder econômico nas eleições da entidade desde o ano 2000 --com foco nas gestões do ex-presidente da instituição Ricardo Teixeira.
Couto reuniu 33 das 27 assinaturas necessárias para a criação da CPI. Os senadores que assinaram o requerimento têm até a meia-noite de hoje para retirarem apoio, já que o pedido de criação foi apresentado nesta quarta-feira.
A retirada de assinaturas é comum no Congresso, especialmente se houver pressão do governo sobre senadores aliados do Palácio do Planalto que assinaram o pedido. O prazo de meia-noite é fixado pelo regimento interno do Congresso.
Se pelo menos 27 assinaturas forem mantidas, a criação da CPI será lida no plenário do Senado na semana que vem. Em seguida, os líderes partidários terão que indicar seus membros para que ela comece a funcionar.
Couto disse que pretende apurar denúncias de que a CBF oferece dinheiro para que as federações de futebol elejam sua cúpula. "O fluxo é o seguinte: o presidente da federação recebe favores do presidente da confederação para que ele fique na sua mão. E assim o presidente da confederação se perpetua no cargo. São mais de 20 Estados em que presidentes de federações têm mais de dez anos de mandato", disse o tucano.
O senador, que pretende se eleger presidente da CPI, disse que também quer investigar os gastos do governo federal na Copa de 2014, incluindo os destinados a obras de infraestrutura nas cidades-sede. "Tudo vai ser incluído, a CBF vai ser fiscalizada no seu geral. Não me interessa que estamos próximos da Copa, a minha obrigação é fiscalizar a qualquer momento."
Couto disse esperar que a CPI seja instalada porque, na opinião do tucano, o governo federal não será o principal alvo da comissão. "Não há nada que incomode o governo federal, que possa atingir a presidente Dilma Rousseff, ao contrário. Isso pode até beneficiá-la. Acho que nenhuma assinatura será retirada."

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