CARLOS VARELA e AUGUSTO FREITAS DE SOUSA*
O militar da GNR morto na noite de sábado para domingo foi abatido depois de ter
conseguido salvar mãe e filha, sequestradas por um imigrante que perdeu
tudo e estava disposto a morrer. Também ele foi abatido.
foto DR |
O militar da GNR Bruno Chainho |
Pouco mais de meia hora tinha decorrido desde que, por volta das 23 horas, a filha do dono conseguia, dissimuladamente, fazer uma ligação para o 112, deixando o telemóvel ligado para que no serviço de emergência pudessem ouvir o drama que ali se desenrolava (ver infografia). Estavam sequestrados por um homem armado com um revólver, várias granadas e um cinturão de explosivos pronto a rebentar.
"Eu hoje morro aqui"
O dono do restaurante revelou, domingo, que o moldavo tinha trabalhado em obras no seu restaurante, para um empreiteiro. Naquela noite, apareceu no seu estabelecimento para jantar e no fim exigiu-lhe 50 mil euros, mostrando as armas. Seriam, disse Gaspar, "para se tratar de uma doença que tinha a ver com glóbulos brancos". Mihael era pouco conhecido na zona pela população, mas o suficiente para saberem que perdera a casa, morava num automóvel e que a mulher e a filha o teriam deixado. Era um homem desesperado.
Nas sete horas que se seguiram de negociação e já após a morte de Bruno Chainho, Mihael, pintor da construção civil, pouco falou com os guardas mas, muito ansioso, deixou um aviso: "Eu hoje morro aqui". O seu desejo cumpriu-se.
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