ALMG decide proibir verba para combustível de aeronaves de deputados
Decisão foi divulgada nesta quinta-feira, após reportagem veiculada em O TEMPO, que mostra que o combustível do helicóptero dos Perrella, apreendido com 445 quilos de pasta base de cocaína, é pago com a verba indenizatória
Helicóptero foi flagrado ao pousar na zona rural de Cláudio, nesse domingo (24)
PUBLICADO EM 28/11/13 - 16h05
A partir desta quinta-feira (28), o reembolso de combustíveis de
aeronaves de parlamentares pago pela Assembleia Legislativa de Minas
Gerais (ALMG) está proibido. A decisão veio após a reportagem de O TEMPO
publicada nesta quinta, que mostra que o helicóptero apreendido com
mais de 445 quilos de pasta de cocaína, pertencente à família Perrella,
era abastecido com verba indenizatória.Veja Também
Por meio de nota, a ALMG divulgou a decisão de proibir a regalia, apesar de especificar que "a utilização de verba indenizatória na aquisição de combustível para deslocamento do deputado no exercício de sua atividade parlamentar não é ilegal".
Além disso, a Assembleia também reiterou que exonerou o piloto Rogério Almeida Antunes imediatamente, que a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar está realizando as apurações necessárias e que determinou à Procuradoria-Geral da ALMG que acompanhe na Polícia Federal o andamento das investigações.
Entenda
No domingo, um helicóptero pertencente a uma empresa da família Perrella foi apreendido com mais de 440 kg de pasta base de cocaína, na zona rural de Afonso Cláudio, na região Serrana do Espírito Santo (ES). A Polícia Militar da cidade investigava o local, que apresentava movimentação suspeita há 15 dias, e flagrou a aterrissagem. Além disso, também foram encontrados R$ 16 mil em dinheiro na aeronave. Piloto, co-piloto e dois homens que receberiam a droga foram presos.
O total de 445 kg de pasta base de cocaína, que equivale a até R$ 10 milhões, segundo cálculo da Polícia Federal, possui entre 92% e 96% de pureza. A droga estava em formato de tabletes, dentro de caixas, que encheram quatro picapes Hilux da polícia. A droga era esperada por dois homens, que a transportariam em um Polo branco.
O piloto informou à polícia que carregou a aeronave em São Paulo (SP). “Devido ao alto valor da mercadoria, o mais provável é que fosse exportada para a Europa”, analisou o major Flávio Santiago. “O piloto falou que ele estava autorizado pela empresa a agendar os fretes e fazia diversas viagens. O Alexandre (co-piloto) é que fez a reserva da aeronave para trazer esse material. Rogério (piloto) disse que não tinha ideia do que era a mercadoria, que só tinha as coordenadas”, completou Santiago.
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