A guerra na Síria está criando uma geração de crianças traumatizadas e perdidas, afirmou um relatório da ONU.
De acordo com o documento da agência de
refugiados da ONU (UNHCR) os refugiados em idade escolar que foram para
os países vizinhos estão cada vez mais afastados das escolas e obrigados
a trabalhar para sobreviver.Até 300 mil destes refugiados no Líbano e Jordânia podem estar foram da escola até o final de 2013.
Crianças de até sete anos de idade podem estar trabalhando em turnos longos e por salários baixos, segundo o relatório.
Mais da metade dos 2,2 milhões de refugiados sírios são crianças e elas podem estar enfrentando riscos, como ameaças ao bem-estar físico e psicológico, até fora da zona de guerra.
"Se não agirmos rapidamente, uma geração de inocentes vai se transformar nas baixas permanentes de uma guerra terrível", disse o Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres.
O estudo da ONU é a última tentativa de ilustrar os grandes danos à infância causados pelos três anos de guerra civil na Síria, dentro e fora das fronteiras do país.
A divulgação do documento foi feita pouco depois de uma consultoria em Londres ter estimado que o número de crianças mortas durante esta guerra ultrapassa os 11 mil.
Trabalho infantil
A agência de refugiados da ONU realizou uma série de entrevistas com crianças e famílias sírias que vivem na Jordânia e Líbano entre os meses de julho e outubro.Eles descobriram altos níveis de solidão e de trabalho infantil entre estas crianças.
Mais de 70 mil famílias refugiadas sírias agoram vivem sem o pai, segundo estimativa da UNHCR. E cerca de 3,7 mil crianças refugiadas vivem sem um responsável ou sem os dois pais.
Dos 1,1 milhão de crianças sírias refugiadas, 385.007 vivem no Líbano, 294.304 na Turquia e 291.238 na Jordânia. Números altos destas crianças também estão no Iraque e no Egito.
Segundo o relatório, estes números podem sobrecarregar os governos dos países que recebem os refugiados.
O documento também afirma que, no Líbano, cerca de 80% das crianças sírias não estão na escola e também há provas de crianças quem nascem "sem país", pois a maioria dos bebês nascidos em campos de refugiados não são registrados.
Cerca de 77% dos 781 bebês refugiados e amostrados no Líbano não tinham uma certidão de nascimento oficial, segundo o relátorio. Apenas 68 certidões de nascimento foram fornecidas para bebês no campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia, entre janeiro e o meio de outubro de 2013.
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