A representação pede que seja apresentada ação junto à Justiça para perda do cargo da presidente e Helena Chagas e a suspensão dos direitos políticos de ambas por até oito anos
por Agência Estado
O PSDB mineiro formalizou nesta terça-feira, 05, representação no
Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais contra a presidente
Dilma Rousseff e a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social
(Secom) da Presidência da República, Helena Chagas, pelo que o tucanato
alega ser "propaganda enganosa" e "divulgação dolosa de fato falso ou
distorcido". A representação pede que seja apresentada ação junto à
Justiça para perda do cargo de Dilma e Helena e a suspensão dos direitos
políticos de ambas por até oito anos por improbidade administrativa,
além de aplicação de multa e suspensão imediata da campanha
publicitária.
O documento foi entregue pelo presidente do diretório estadual tucano,
deputado federal Marcus Pestana, ao chefe da Procuradoria da República
em Minas, Adailton Ramos do Nascimento Segundo a assessoria do MPF, o
documento ainda passará por um trâmite burocrático no órgão para
definição das providências que serão adotadas, pois não há definição nem
se será iniciada alguma apuração no próprio Estado ou se o material
será encaminhado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Na representação, o PSDB enumera uma série de anúncios veiculados pelo
governo federal em veículos impressos e emissoras de rádio e TV e acusa o
governo petista de aplicar recursos públicos para "antecipar a
propaganda eleitoral de forma enganosa, disfarçada ou camuflada". O
documento afirma ainda que o Executivo federal usa "distorção" e
"falseamento" de fatos com a "finalidade de extrair dividendos políticos
para o partido ou para a 'presidente-candidata'. "Nestas peças
publicitárias, os recursos financeiros anunciados pelo governo federal
são classificados como investimentos, mas, na verdade, tratam-se apenas
de financiamentos", salienta o texto.
Pestana acusa a campanha de "faltar com a verdade e induzir ao erro"
porque, segundo ele, todos os financiamentos terão que ser pagos "com
juros e correção monetária" pelo governo do Estado, comandado pelo
também tucano Antonio Anastasia, ou pela Prefeitura de Belo Horizonte
(PBH), que tem à frente Marcio Lacerda (PSB). Assim como o deputado
federal, ambos são aliados do senador Aécio Neves (MG), provável
candidato do PSDB nas eleições presidenciais de 2014.
O presidente do tucanato mineiro lembrou ainda que, por "coincidência", o
governo federal também desencadeou campanha publicitária regionalizada
em Pernambuco, Estado comandado pelo presidente nacional do PSB, Eduardo
Campos, outro provável adversário de Dilma na corrida presidencial do
ano que vem. "A presidente tem um protagonismo natural, mas isso não se
confunde com falsidade", disparou, ressaltando ainda que o "abuso
inédito da máquina de comunicação do governo" exigiria um "contraponto
democrático" por parte da oposição.
Transparência
Por meio de nota, a ministra Helena Chagas afirmou que o governo federal
tem "obrigação de prestar contas e dar transparência aos atos, ações e
obras executados com recursos públicos, que pertencem a todo o povo
brasileiro". "Esse é o objetivo das campanhas institucionais e de
utilidade pública veiculadas pela Secretaria de Comunicação da
Presidência da República pelo País. A Secom não faz nada além de cumprir
sua missão legal ao prestar satisfação ao cidadão brasileiro sobre as
muitas realizações do governo federal, ainda que isso incomode a
alguns", completa o texto.
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