Além dos seis filhos e da mulher de Amarildo, estiveram presentes familiares da juíza Patrícia Acioli, executada por policiais militares há exatos dois anos; artistas como Paula Lavigne, Fernanda Paes Leme e Thaila Ayala; além de representantes de grupos de direitos humanos. Os ativistas estenderam duas faixas na passarela da Rocinha, com os dizeres "Onde está Amarildo?" e "Quem matou o Amarildo?".
Elizabete Gomes da Silva, mulher de Amarildo, falou pela primeira vez desde que vieram à tona denúncias de que sua casa seria utilizada como refúgio de traficantes. A informação consta de relatório do delegado Ruchester Marreiros, que presidiu o inquérito da 15ª DP (Gávea) que resultou na Operação Paz Armada, na qual dezenas de traficantes da Rocinha foram presos em 13 de julho.
O relatório, no entanto, foi desconsiderado pelo delegado Orlando Zaccone, titular da 15ª DP. "Minha casa nunca foi usada por traficante. Estão inventando isso para mudar o foco, querendo colocar a culpa do sumiço e da morte do meu marido na família. Hoje está sendo o primeiro dia dos pais que meus filhos não o terão por perto. A caçula, de 5 anos, era muito apegada ao pai e até hoje pergunta por ele... Já que meu marido está morto, só nos resta lutar por justiça".
O diretor da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque, disse que somente a mobilização da sociedade vai impedir que o desaparecimento de Amarildo fique sem solução. "Não pode a essa altura se repetir o padrão de criminalizar a vítima. A família do Amarildo é vítima. Este caso sintetiza décadas em que as favelas foram tratadas como territórios de exceção. Exceção de direitos e de cidadania. Estivemos reunidos na quinta-feira com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e falamos da necessidade do governo federal estar atento e, se necessário, assumir responsabilidades. Ou o Estado brasileiro garante direitos para todos, ou está em desacordo com todos os tratados internacionais de direitos humanos".
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Marcelo Freixo (PSOL), lembrou que cerca de 5.500 pessoas desaparecem por ano no Estado do Rio, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). "Qual a política pública para se investigar esses sumiços? E quantos homicídios e autos de resistência estão escondidos por trás desses desaparecimentos?", questionou.
Elizabete Gomes da Silva, mulher de Amarildo, falou pela primeira vez desde que vieram à tona denúncias de que sua casa seria utilizada como refúgio de traficantes. A informação consta de relatório do delegado Ruchester Marreiros, que presidiu o inquérito da 15ª DP (Gávea) que resultou na Operação Paz Armada, na qual dezenas de traficantes da Rocinha foram presos em 13 de julho.
O relatório, no entanto, foi desconsiderado pelo delegado Orlando Zaccone, titular da 15ª DP. "Minha casa nunca foi usada por traficante. Estão inventando isso para mudar o foco, querendo colocar a culpa do sumiço e da morte do meu marido na família. Hoje está sendo o primeiro dia dos pais que meus filhos não o terão por perto. A caçula, de 5 anos, era muito apegada ao pai e até hoje pergunta por ele... Já que meu marido está morto, só nos resta lutar por justiça".
O diretor da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque, disse que somente a mobilização da sociedade vai impedir que o desaparecimento de Amarildo fique sem solução. "Não pode a essa altura se repetir o padrão de criminalizar a vítima. A família do Amarildo é vítima. Este caso sintetiza décadas em que as favelas foram tratadas como territórios de exceção. Exceção de direitos e de cidadania. Estivemos reunidos na quinta-feira com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e falamos da necessidade do governo federal estar atento e, se necessário, assumir responsabilidades. Ou o Estado brasileiro garante direitos para todos, ou está em desacordo com todos os tratados internacionais de direitos humanos".
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Marcelo Freixo (PSOL), lembrou que cerca de 5.500 pessoas desaparecem por ano no Estado do Rio, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). "Qual a política pública para se investigar esses sumiços? E quantos homicídios e autos de resistência estão escondidos por trás desses desaparecimentos?", questionou.
Estadão
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