Apoiadores da Irmandade Muçulmana tentaram resgatar os presos durante transferência de delegacia para presídio na periferia do Cairo
Entenda o caso
- • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
- • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
- • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
- • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
- • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.
- • O Exército derrubou o presidente no dia 3 de julho, e anunciou a formação de um governo de transição, que não foi aceito pelos membros da Irmandade Muçulmana.
Europa anuncia que revisará suas relações com o Egito
Os mortos pertencem à Irmandade Muçulmana, partido fundamentalista do presidente Mohamed Mursi, que foi deposto e preso pelo exército egípcio no começo de julho.
Nos últimos cinco dias, manifestantes pró-Mursi têm sido reprimidos com violência pelas forças militares. Os confrontos no Egito já causaram cerca de 750 mortes e mais de mil prisões.
Sanções contra o governo interino, controlado pelo Exército, são debatidas nos Estados Unidos e na Europa.
Neste domingo, a União Europeia (UE) anunciou que revisará de forma urgente suas relações com o Egito. Embaixadores dos 28 países do bloco devem se reunir na segunda-feira em Bruxelas para analisar a situação e estudar a possível convocação de um encontro extraordinário de seus ministros das Relações Exteriores.
Nos Estados Unidos, congressistas defenderam o corte da ajuda militar ao país. O senador John McCain, que propôs há cerca de um mês a suspensão da ajuda anual de 1,3 bilhão de dólares concedida pelos americanos ao Egito, disse que Washington arrisca perder sua credibilidade se continuar ignorando a violenta repressão no Egito.
"Temos influência, mas se não fizermos uso dela, a influência será perdida", disse o republicano, crítico frequente da política externa do presidente Barack Obama, no programa State of the Union do canal CNN.
(Com agência France-Presse)
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