domingo, 18 de agosto de 2013

Polícia mata 36 presos islamitas em tentativa de fuga


Apoiadores da Irmandade Muçulmana tentaram resgatar os presos durante transferência de delegacia para presídio na periferia do Cairo

Ao menos 36 presos morreram neste domingo na periferia do Cairo, durante um ataque a um comboio policial que transportava 600 integrantes da Irmandade Muçulmana e simpatizantes do ex-presidente Mohamed Mursi. Segundo a agência oficial de notícias Mena, um grupo armado tentou resgatar os presos quando eles eram encaminhados ara o presídio de Abu Zabaal. Os presos morreram asfixiados pelo gás lacrimogêneo lançado pela polícia, afirmou o Ministério egípcio do Interior. Ao fim da ação, um policial que havia sido feito refém foi libertado.

Entenda o caso


  1. • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
  3. • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
  4. • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
  5. • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.
  6. • O Exército derrubou o presidente no dia 3 de julho, e anunciou a formação de um governo de transição, que não foi aceito pelos membros da Irmandade Muçulmana.
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Os mortos pertencem à Irmandade Muçulmana, partido fundamentalista do presidente Mohamed Mursi, que foi deposto e preso pelo exército egípcio no começo de julho.
Nos últimos cinco dias, manifestantes pró-Mursi têm sido reprimidos com violência pelas forças militares. Os confrontos no Egito já causaram cerca de 750 mortes e mais de mil prisões.
Sanções contra o governo interino, controlado pelo Exército, são debatidas nos Estados Unidos e na Europa.
Neste domingo, a União Europeia (UE) anunciou que revisará de forma urgente suas relações com o Egito. Embaixadores dos 28 países do bloco devem se reunir na segunda-feira em Bruxelas para analisar a situação e estudar a possível convocação de um encontro extraordinário de seus ministros das Relações Exteriores.
Nos Estados Unidos, congressistas defenderam o corte da ajuda militar ao país. O senador John McCain, que propôs há cerca de um mês a suspensão da ajuda anual de 1,3 bilhão de dólares concedida pelos americanos ao Egito, disse que Washington arrisca perder sua credibilidade se continuar ignorando a violenta repressão no Egito.
"Temos influência, mas se não fizermos uso dela, a influência será perdida", disse o republicano, crítico frequente da política externa do presidente Barack Obama, no programa State of the Union do canal CNN.
(Com agência France-Presse)

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