Dois homens
suspeitos de participar do assassinato do garoto boliviano Brayan
Yanarico Capcha, de 5 anos, morreram dentro de uma cadeia em São Paulo.
A
Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) diz que Paulo Ricardo
Martins, de 19 anos, e Felipe dos Santos Lima, de 18, foram encontrados
mortos nesta sexta-feira (30) por volta das 14h30.
O
garoto Brayan foi assassinado na madrugada de 28 de junho na região de
São Mateus, na Zona Leste de São Paulo. A prisão de Felipe Lima ocorreu
no mesmo dia do crime, enquanto Paulo Martins foi preso no dia seguinte.
Os
dois cumpriam prisão preventiva no Centro de Detenção Provisória (CDP)
de Santo André, no ABC, onde aguardariam julgamento. Eles tinham chegado
à unidade faz quatro dias. Antes, eles cumpriam prisão temporária em
carceragem da Polícia Civil.
De
acordo com integrante da administração estadual ouvido pelo G1, a dupla
foi vítima de envenenamento. Eles foram obrigados a tomar uma mistura
de cocaína, viagra e álcool, que teria causado a morte quase imediata
dos presidiários.
A dupla não estava em ala reservada, porque suspostamente não havia ameaça contra eles. O crime ocorreu em um pátio da unidade.
A
Secretaria diz que outros presos solicitaram atendimento de urgência. A
SAP informa que imediatamente os agentes de segurança penitenciária os
levaram à enfermaria da unidade penal, onde já chegaram sem vida.
A
Secretaria da Administração Penitenciária informou que o caso será
apurado pela Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário. Foi
instaurado Procedimento Apuratório Preliminar, para apontar a causa da
morte e elas serão comunicadas Vara de Execução Criminal, à Polícia
Civil e à perícia.
Além
da dupla que foi encontrada morta no CDP, um adolescente foi detido
pelo crime. Entretanto, outros dois acusados são considerados foragidos:
Diego Rocha Freitas Campos, de 20 anos, e Wesley Soares Pedroso, de 19
anos. Segundo as investigações, Diego foi o autor do disparo que matou a
criança.
O assassinato de Brayan
No
dia do crime, os cinco criminosos usavam máscaras para não ser
identificados e estavam armados com revólveres e facas. O grupo rendeu o
tio da vítima que chegava com o carro na garagem, na madrugada de
sexta. De acordo com as vítimas, os bandidos eram brasileiros.
Os
pais contaram ter dado R$ 3,5 mil aos assaltantes, mas eles exigiam
mais. Em seguida, o tio entregou R$ 1 mil à quadrilha, que não se deu
por satisfeita e passou a ameaçar matar Brayan com uma faca caso não
recebesse mais dinheiro. Veronica relatou que ainda abriu a carteira
vazia. "Não tinha mais nada", disse ela, que está há seis meses no
Brasil, depois de vir com o marido e filho da Bolívia.
A
costureira disse ainda que segurou o menino no colo durante o assalto,
se ajoelhou e implorou que os criminosos não matassem a criança. Porém,
assustado com a situação, o garoto chorava muito, o que irritou os
bandidos. Ela relatou que o criminoso gritava para o menino "parar de
chorar" e não chamar a atenção dos vizinhos. Irritado com o choro da
criança, um dos criminosos atirou na cabeça do menino, que completaria 6
anos em 6 de julho.
Logo
após o assassinato do garoto, bolivianos realizaram protestos em ruas
de São Paulo. Eles pediam a prisão dos criminosos e mais segurança para
os estrangeiros que moram na capital paulista.
@folhadosertao
com G1
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