domingo, 18 de agosto de 2013

Movimentos sociais fazem vigília em frente a casa do prefeito do Rio

Douglas Corrêa - Agência Brasil 

Intitulado Remove o Paes, as pessoas que participaram do ato pretendem realizar uma vigília em frente à casa de Eduardo Paes, para que ele pare com a remoção de comunidades carentes em várias regiões da cidade (Tânia Rêgo/ABr)
Rio de Janeiro - Representantes de movimentos sociais e de comunidades realizaram, hoje (17), um ato no Alto da Boa Vista, que saiu da Vista Chinesa em direção à residência oficial da prefeitura, na Gávea Pequena. Intitulado Remove o Paes, as pessoas que participaram do ato pretendem realizar uma vigília em frente à casa de Eduardo Paes, para que ele pare com a remoção de comunidades carentes em várias regiões da cidade.
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A comunidade do Horto, na zona sul da cidade, onde 621 famiílias estão ameaçadas de remoção pelo governo federal, estava representada pela doméstica Zuleide Neves Alves, 83 anos, moradora há mais de 70 anos na região, que participava da caminhada, de quase 3 quilômetros até a casa do prefeito. Segurando um retrato com toda a família, ela disse que tem “fé em Deus” que não será removida de lá. "Quando nós fomos para lá, não tinha casa, não tinha nada, tudo era mato. Aí fizemos as casas e ninguém invadiu nada. Meu marido trabalhou lá escavando para poder erguer a casa".
Outra comunidade que luta para permanecer no lugar é a Vila Autódromo, construída há mais de 40 anos ao lado do antigo Autódromo de Jacarepaguá. A professora Inalda Mendes Brito, que mora há 35 anos na comunidade, disse que os moradores são descendente de pescadores. Segundo ela, o prefeito Eduardo Paes não era nascido quando os moradores foram para lá. Inalda acrescentou que duas universidades federais – a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Federal Fluminense (UFF) - já se prontificaram a fazer projetos de urbanização da Vila Autódromo.
A prefeitura do Rio quer oferecer apartamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida, já em fase final de construção na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, mas eles recusam a oferta da prefeitura. "Nós somos contra. Primeiro, o Minha Casa, Minha Vida ser utilizado para remoção e, segundo, quando o programa foi lançado era para abater a falta de 8 milhões de habitações no país. Então, para que vai retirar quem já tem, se há 8 milhões na fila para pegar [casa]”, disse Inalda.
Outra comunidade presente na manifestação é a dos Moradores de Tubiacanga, na Ilha do Governador, ameaçada de remoção, devido a um projeto da Secretaria de Aviação Civil (SAC), de construir uma terceira pista no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão. A comunidade é a maior ameaçada de remoção, com 6 mil moradores. A comunidade de Tubiacanga é oriunda de uma colônia de pescadores da Ilha do Governador e existe há mais de 70 anos. Uma das representantes da comunidade, Rosemar Maria, disse que está muito preocupada com a remoção das casas.
"Ninguém quer sair de Tubiacanga. É um lugar tranquilo, como poucos que existem ainda na Ilha do Governador. Eles já mandaram um representante de Brasília, mas não apresentaram projeto algum. O que a gente quer é saber se Tubiacanga sai ou Tubiacanga fica?", questionou.
Edição: Marcos Chagas

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