segunda-feira, 3 de junho de 2013

Orientada pelo Planalto, a Funai divulgou nota à noite em que diz "lamentar a falta de diálogo" e a reintegração de posse das fazendas Cambará e Buriti

Orientada pelo Planalto, a Funai divulgou nota à noite em que diz "lamentar a falta de diálogo" e a reintegração de posse das fazendas Cambará e Buriti

Da Reportagem
Preocupada com a repercussão do assassinato de uma liderança indígena no Mato Grosso do Sul na quinta-feira, 30, a presidente Dilma Rousseff convocou nesta sexta-feira reunião de emergência no Palácio da Alvorada para analisar a situação. Orientada pelo Planalto, a Funai divulgou nota à noite em que diz "lamentar a falta de diálogo" e a reintegração de posse das fazendas Cambará e Buriti, na zona rural do município de Sidrolândia.
O corpo do índio terena Oziel Gabriél, 35 anos, será levado a Brasília, onde será feita a autópsia. A decisão de transportar o corpo foi tomada por líderes da Aldeia do Meio, onde a vítima residia com a esposa e dois filhos, e por dirigentes da Funai. Os indígenas querem identificar o calibre do projétil que matou Oziel para concluir se ele foi baleado por índios ou pela força policial que fez o despejo.
Em protesto, os terenas voltaram a invadir as fazendas nesta sexta. Pelo menos 100 índios entraram nos imóveis no final da manhã. No local havia outros 200 índios que conseguiram driblas as forças policiais que realizaram a ação de despejo na quinta-feira.
Em Brasília, participaram da reunião com a presidente nesta sexta os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), e o advogado-geral da União, Luís Adams.
A Funai criticou o cumprimento da ordem de reintegração de posse na fazenda, propriedade do ex-deputado Ricardo Bacha (PSDB) antes do julgamento de recurso que a instituição havia impetrado e que está em andamento no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região.
Dilma pediu apuração do assassinato de índio no Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação)
Dilma pediu apuração do assassinato de índio no Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação)
"A Funai considera lamentável o fato de ter sido determinado o cumprimento da ordem de reintegração antes do julgamento desse recurso, sem que pudesse informar e dialogar previamente com os indígenas, bem como acompanhar as medidas voltadas à efetivação da decisão", diz a nota.
A instituição federal que responde pela questão indígena, no entanto, não se manifestou no dia da morte do índio. Nesta sexta, afirmou que está acompanhando o caso e atua para defender os indígenas.
Estudos de identificação para definição dos limites da terra indígena Buriti começaram em 1993, informou a Funai.
"A Funai considera que o distensionamento de situações de conflito demanda diálogos - inclusive sobre a possibilidade de pagamentos referentes aos valores das terras - sem prejuízo do direito territorial dos povos indígenas", finaliza a nota.
O juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e coordenador do Fórum de Assuntos Fundiários, Rodrigo Rigamonte, foi enviado a Campo Grande para acompanhar de perto o conflito entre indígenas e fazendeiros.
Laudo médico
O corpo de Oziel foi examinado nesta sexta pelo médico legista Walney Pereira. No laudo, ele atesta que o tiro disparado entrou abaixo do tórax, acertou o fígado e saiu pelas costas do terena, causando "choque hipovolêmico". A hipótese mais viável é a de que ele tenha sido atingido por uma bala de grosso calibre.
O major Marcos Paulo Gimenez, que comandou a Polícia Militar na operação de despejo, afirmou nesta sexta que 75 policiais portavam arma com projéteis letais. A informação contradiz o governador André Puccinelli (PMDB), que no dia da tragédia afirmou que a PM usou só balas de borracha. Ontem Puccinelli não foi localizado.
O comandante da Polícia Militar, coronel Alberto David dos Santos, informou que foi aberto inquérito para apurar se o

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