terça-feira, 19 de maio de 2015

Escuta pode gerar ‘nulidades’

Escuta pode gerar ‘nulidades’ 

Procuradores estão preocupados com tentativa de criar fatos falsos para invalidar ações da operação


Fonte Normal
LAVA JATO/MPF
Joio. A força-tarefa diz confiar que a população e o próprio Judiciário saberão separar os fatos
PUBLICADO EM 19/05/15 - 03h00
São Paulo. Investigadores da operação Lava Jato suspeitam que informações com conclusões preordenadas surgidas em torno das investigações da Polícia Feral na corrupção na Petrobras possam serem usadas para tentar criar falsas nulidades nos processos e também para tentar derrubar a cúpula de delegados da da Polícia Federal em Curitiba.
Em nota divulgada domingo, os nove procuradores da força-tarefa da Lava Jato, informaram que acompanham de perto investigação aberta pela Corregedoria da PF, em Brasília, e noticiada na última semana que apura a possibilidade de escutas ilegais na cela do doleiro Alberto Youssef.
Os investigadores identificaram o que chamam de farto mercado de compra de dossiês. Uma das investigações em andamento mira esses dossiês contra autoridades públicas encarregadas das investigações, e sua autoria.
“A força-tarefa do Ministério Público Federal no caso Lava Jato, diante das notícias publicadas na imprensa sobre o encontro de equipamentos eletrônicos na sede da Superintendência da Polícia Federal no Paraná, vem reiterar que as investigações na denominada operação Lava Jato são lícitas e livres de qualquer nulidade”, informa nota.
Uma escuta clandestina encontrada no segundo andar da Polícia Federal há cinco dias e um depoimento do agente da PF Dalmey Fernando Werlang, tornado público na mesma semana, reforçaram as suspeitas dos investigadores.
Especialista no assunto, o agente foi o responsável pela implantação da escuta clandestina encontrada na quarta-feira e também pelas escutas inativas na cela onde estava o doleiro Alberto Youssef, na Custódia da PF.
Werlang prestou depoimento no dia 4 de maio ao delegado Mário Renato Castanheira Fanton, em um hotel de Curitiba, após cumprir missão na cidade. Uma investigação foi aberta na Corregedoria da PF, em Brasília, após esse depoimento.
O agente disse que naquele período o superintendente regional da PF no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, e dois delegados da Lava Jato, Igor Romário de Paula e Márcio Adriano Anselmo, teriam pedido a ele que realizasse as escutas. Afirmou que diariamente baixava os áudios e entregava em mãos a dois delegados, em cópia feita em um pen drive.
Werlang havia se pronunciado em uma sindicância aberta no ano passado, quando Youssef tirou fotos com o aparelho encontrado na cela em suas mãos. Na ocasião, o agente nada falou sobre ordens para grampos ilegais no local.
Grampo
Autorizado. Sindicância aberta e arquivada concluiu que a escuta não estava apta para uso. Ele havia sido implantando durante o período em que o traficante Fernandinho Beira-Mar esteve detido.
Camargo Corrêa
Objetivo. O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações criminais da operação Lava Jato, acolheu pedido da CPI da Petrobras e autorizou depoimento do empresário Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, alvo de investigação sobre corrupção, propinas e cartel na estatal petrolífera.

Limite. Como Avancini tornou-se um dos delatores da Lava Jato e revelou detalhes também sobre conluio de empreiteiras em outras áreas do governo, o magistrado limitou seu relato ao esquema na Petrobras.

Eficácia. O juiz ressaltou que “a medida não visa coibir o poder de investigação a CPI, mas preservar o sigilo sobre investigações ainda em trâmite”.

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