quarta-feira, 9 de março de 2016

Aliado de Cunha que teve assinatura contestada diz que tinha bebido

Aliado de Cunha que teve assinatura contestada diz que tinha bebido

Segundo jornal, assinatura falsa de Vinícius Gurgel foi usada no Conselho.
Deputado renunciou a vaga para não ceder lugar a colega contrário a Cunha.

Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília
Pivô de uma polêmica no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) rebateu nesta quarta-feira (9) a suspeita de que apresentou ao colegiado uma carta de renúncia com assinatura falsa para impedir que um parlamentar do PT contrário ao presidente da Casa,  Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumisse sua vaga. Ao justificar a diferença da assinatura apresentada ao Conselho, o parlamentar do PR afirmou que toma remédios controlados e havia bebido no dia em que assinou o documento.
Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" publicada nesta quarta-feira (9) afirma que uma assinatura falsa de Vinícius Gurgel foi usada numa tentativa de barrar o processo contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética.
O jornal encaminhou para a perícia cópia da carta de renúncia de Gurgel e três assinaturas do deputado, reconhecidamente autênticas, dadas em outros documentos da Câmara.
De acordo com a publicação, os peritos afirmaram que a assinatura é falsa.
A suposta assinatura falsa foi apresentada em uma carta de renúncia entregue na sessão do colegiado da madrugada do dia 2. Na ocasião, Vinícius Gurgel não iria participar da reunião que analisaria o relatório preliminar que recomendava a continuidade do processo disciplinar de Cunha porque não estava em Brasília.
A renúncia permitiu que o PR indicasse para a cadeira de Gurgel no Conselho de Ética outro deputado aliado de Cunha. Se ele não tivesse renunciado à vaga, o lugar dele seria ocupado pelo suplente, deputado Assis Carvalho (PT-PI), que defendia que o processo tivesse andamento.
Explicações ao Conselho
Na manhã desta quarta, Vinícius Gurgel compareceu à sessão do Conselho de Ética que analisava o processo de Cunha. Ele explicou aos integrantes do colegiado que costuma deixar documentos assinados em seu gabinete para situações em que não esteja presente na Câmara.
Ele disse ainda que é contra a cassação do presidente da Câmara assim como é contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff . "Há uma perseguição de pessoas que são contrárias a isso, mas a gente não deve levar para o campo pessoal."
O aliado de Cunha também destacou ao colegas do Legislativo que, no dia da votação do relatório preliminar, ele ligou para o líder do PR, deputado Mauricio Quintella (PR-AL), e pediu para que ele apresentasse o documento que solicitava sua renúncia do colegiado.

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