O que se sabe sobre homem que matou 9 em faculdade nos EUA
A polícia americana não queria divulgar oficialmente o nome do atirador
responsável pelo ataque em uma faculdade do Estado americano do Oregon,
no qual pelo menos nove pessoas foram mortas e outras sete ficaram
feridas, mas cada vez mais detalhes estão sendo divulgados sobre ele.
"Não vou dar a ele o crédito que ele provavelmente almejava antes deste
ato horrendo e covarde", disse o chefe da polícia do condado de
Douglas, John Hanlin.
O que se sabe até o momento é que o homem foi identificado como Chris
Harper-Mercer, de 26 anos. Ele teria nascido na Grã-Bretanha e posou com
uma arma para uma foto postada na web. Ele também parece ter postado
material de apoio ao grupo extremista pró-independência irlandesa
Exército Republicano Irlandês (IRA).
Mercer morava com a mãe a alguns quilômetros de distância da faculdade
atacada na quinta-feira, a Umpqua Comunity College. Ele também foi morto
durante o ataque, depois de uma troca de tiros com a polícia.
As autoridades ainda não sabem os motivos do ataque a tiros perpetrado
por Mercer e buscam pistas rastreando as atividades dele na internet e
comentários em redes sociais, onde ele aparentemente já havia falado
sobre os planos para o ato.
A imagem que surge a partir desses dados é a de um jovem solitário,
fascinado por armas e que, segundo relatos, alvejou cristãos durante seu
ataque.
Segundo o pai de um dos sobreviventes do ataque, ao entrar armado em um
dos prédios da faculdade, o atirador perguntava para as vítimas se eles
eram cristãos.
"Se diziam que sim, ele atirava na cabeça. Se diziam que não ou não
respondiam, ele disparava nas pernas", afirmou, citando o depoimento da
filha.
MySpace
Em uma página no MySpace com o nome de Mercer, é possível ver uma foto
de um jovem de cabeça raspada e óculos, segurando uma arma, e outra dele
de terno e gravata.
A página também mostra fotos de atiradores mascarados, uma foto da primeira página do jornal irlandês
An Phoblacht
com a manchete "Exército Britânico não pode derrotar o IRA" e uma foto com as palavras "Exército Imbatível do IRA".
A meia-irmã de Mercer, Carmen Nesnick, afirmou que ele nasceu na
Grã-Bretanha e se mudou para os Estados Unidos quando era criança. Ela
também disse em uma entrevista para um canal local que ele era uma
pessoa atenciosa.
"Tudo o que ele fez era colocar todos à frente dele, ele queria que todos fossem felizes", disse.
No entanto, uma dos vizinhas de Mercer na cidade de Roseberg, Bronte
Harte, disse que o jovem parecia "muito antipático" e ficava "sentado
sozinhos no escuro, na varanda, com uma pequena luz".
'Matar zumbis'
Em uma página de um site de encontros que aparentemente pertencia a
Mercer na Spiritual Passions, ele usava o nome de Ironcross45 e afirmava
que não fumava nem bebia e se descrevia como "inicialmente tímido, mas
me animo rapidamente, sou melhor em grupos menores".
Mercer listou como hobbies a internet e "matar zumbis", afirmou que era
"conservador, republicano" e disse ser espiritualizado mas não
religioso.
Antes de se mudar para o Oregon, Mercer e a mãe moraram durante anos em um conjunto habitacional em Los Angeles.
Os ex-vizinhos da família contaram que ele era uma pessoa fechada.
Um destes vizinhos de Los Angeles, David Westly, disse que Mercer
contou que a mãe foi a um campo de tiro. Westly afirmou também que viu
Mercer e a mãe saindo e voltando ao apartamento com o que pareciam ser
estojos de armas.
Um jornal local do bairro onde os dois moraram em Los Angeles, o
Daily Breeze
, alegou que Mercer tinha estudado em uma escola para adolescentes com problemas de comportamento.
A rede de televisão americana CBS também relatou a existência de um
blog com múltiplas referências a incidentes similares à ação de
quinta-feira e um declarado fascínio pelos protagonistas desses casos,
entre eles Vester Flanagan, homem que matou uma repórter de TV e o
cinegrafista durante uma transmissão ao vivo em agosto.
O pai de Mercer, Ian, afirmou que está tão consternado e surpreso
quanto o resto do mundo. Segundo informações dos vizinhos do Oregon, a
mãe também estava visivelmente abalada, chorando muito.
O presidente americano, Barack Obama, expressou frustração quanto à
resposta "de rotina" dada a matanças no país, alegando que os EUA ficam
"anestesiados" diante desses atos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário