Cunha acusa Janot de vazar investigação: "perseguição"
O presidente da Câmara dos Deputados divulgou nota em que chama de "ardilosa" a estratégia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), divulgou
nota nessa sexta-feira (16) em que chama de "ardilosa" a estratégia do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de vazar informações
sobre a investigação de que teria recebido propina por meio de contas na
Suíça. "Tendo em vista a estratégia ardilosa adotada pelo
procurador-geral da Republica de vazar maciçamente supostos trechos de
investigação e movimentações financeiras, atribuídas ao presidente da
Câmara, com o único objetivo de desestabilizar sua gestão e atingir sua
imagem de homem público", diz.
"Essa divulgação foi feita, estranhamente, de forma ostensiva e fatiada
em dias diferentes e para veículos de imprensa variados. O fato de
esses vazamentos, costumeiramente, ocorrerem às vésperas de finais de
semanas ou feriados é outro indicativo de seus objetivos persecutórios”,
acrescentou.
Cunha diz ainda ser alvo de perseguição do procurador-geral e voltou a
negar ter recebido vantagens. “O presidente da Câmara nunca recebeu
qualquer vantagem de qualquer natureza, de quem quer que seja, referente
à Petrobras ou a qualquer outra empresa, órgão público ou instituição
do gênero. Ele refuta com veemência a declaração de que compartilhou
qualquer vantagem, com quem quer que seja, e tampouco se utilizou de
benefícios para cobrir gasto de qualquer natureza, incluindo pessoal”.
Para o presidente da Câmara, a atitude de Janot “coloca em xeque a
respeitabilidade de um processo que deveria ser sério – de combate à
corrupção –, denigre as instituições e seus líderes e evidencia a
perseguição política contra o presidente da Câmara dos Deputados”, diz o
texto. “Onde estão as demais denúncias? Cadê os dados dos demais
investigados? Como estão os demais inquéritos? Por que o PGR tem essa
obstinação pelo presidente da Câmara, agora, covardemente, extensiva a
sua família?"
Cunha cita ainda a resposta dada por Janot a um pedido de informação
formulado pelo PSOL confirmando que ele tem contas na Suíça. A
informação embasou a representação encaminhada pelo partido junto com a
Rede Sustentabilidade, no Conselho de Ética da Câmara por quebra de
decoro. “Alguma vez na história do Ministério Público um
procurador-geral respondeu a ofício de partido político da forma como
foi respondido com relação ao presidente da Câmara, em tempo recorde
para ser usado em uma representação ao Conselho de Ética?”.
Ao final Cunha diz confiar no STF, afirmando que o tribunal “fará
justiça ao apreciar os fatos imparcialmente e anulando essa perseguição
ao presidente da Câmara.” A nota foi divulgada pela assessoria da
presidência da Câmara dos Deputados.
A Procuradoria-Geral da República foi procurada e informou que não se pronunciará sobre a nota de Cunha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário