Deputados querem CPI para apurar demora em testes com a fosfoetanolamina.
A Assembleia Legislativa de São Paulo recebeu e protocolou na
última quinta-feira, dia 22, um requerimento com a assinatura de 42
deputados, dez a mais que o número necessário, solicitando a criação de
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) visando a apurar a demora do
Estado em realizar testes com a fosfoetanolamina - substância
produzida pela Universidade de São Paulo (USP) no campus de São Carlos,
que supostamente teria eficácia contra o câncer.
Pacientes estão recorrendo a liminares na Justiça para obter as "pílulas do câncer" desde que a USP
deixou de distribuir a substância a quem procurava. De acordo com o
deputado Rafael Silva (PDT), autor da proposta, os últimos dias têm sido
marcados pelo embate entre quem afirma que o composto não surte efeito e
dezenas de famílias que asseguram que a ingestão da substância é uma
grande arma contra a doença. "O professor aposentado da USP Gilberto Orivaldo Chierice,
responsável por trabalhar por quase duas décadas com a produção dessa
substância, afirma que órgãos estaduais e federais não tiveram interesse
em apoiar a continuidade dos estudos para a regulamentação do composto
pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)", afirma o
parlamentar.
Segundo Silva, além de buscar entender as razões pelas quais os estudos e análises clínicas não aconteceram até hoje, a CPI
pretende levar os órgãos do governo a uma ação imediata para avançar
com as pesquisas e liberar o uso do produto. O deputado já conversou com
lideranças de bancadas e acredita que pode haver consenso para que a
instalação da CPI seja antecipada, em virtude da relevância do assunto.
"Nesse caso, estamos tratando de vidas que podem ser salvas, ou não",
disse.
Para o deputado Cauê Macriz (PSDB), líder do governo Geraldo Alckmin
na Assembleia, embora o tema seja relevante, a Casa tem um regimento
interno que não permite a quebra na ordem das propostas de CPI.
Atualmente, existem cerca de 14 propostas na fila. Segundo ele, nada
impede que, em vez de uma CPI, o assunto seja discutido na Comissão de
Saúde ou por uma frente parlamentar.
Fonte: AE.
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