Deputado presta depoimento sobre suposta fraude a licitações na ALMT
Crimes são investigados na operação Imperador, que prendeu José Riva.
Deputado Gilmar Fabris depôs à Sétima Vara Criminal como testemunha.
José Riva é réu devido às investigações da operação Imperador, que identificou um esquema que teria desviado R$ 62 milhões em recursos do Poder Legislativo por meio de licitações fraudulentas durante o período em que ele se alternou entre os cargos de presidente e primeiro secretário da Mesa Diretora da ALMT. O amigo e colega de partido Gilmar Fabris chegou a ser presidente na Casa na década de 90 e teve Riva como primeiro secretário na Mesa Diretora.
A defesa de Riva requereu o depoimento de Gilmar Fabris e do ex-deputado estadual e atual deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) no processo, pedido indeferido pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Sétima Vara Criminal. Alegando cerceamento de defesa e “ânsia” de julgamento do processo, os advogados de Riva obtiveram um Habeas Corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinando a realização da audiência com os parlamentares. O depoimento de Fonseca ainda deve ser colhido.
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Durante a audiência desta sexta-feira, Fabris foi interrogado pelos
advogados de Riva sobre o funcionamento dos processos licitatórios
dentro da ALMT. Entre outros pontos, ele explicou que os processos não
necessariamente passam pelo crivo do presidente da Casa porque a
comissão responsável por aprová-los (formada por procuradores
legislativos indicados pelos deputados) é subordinada à primeira
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O deputado também foi questionado sobre o suposto excesso de material de expediente adquirido pela Casa e alegou que, no passado, a ALMT fazia uso de correspondências como mala direta e, por isso, consumia volume significativo de material de expediente. Questionado pelo Ministério Público, o deputado disse desconhecer eventuais casos de compras feitas junto a fornecedores que jamais entregaram os produtos adquiridos – objeto da investigação da operação Imperador.
Após o depoimento de Fabris, os advogados de Riva requereram à juíza que ela determinasse a realização de duas novas diligências no processo: a perícia grafotécnica da assinatura de Riva em cópia de documentos referentes a transações bancárias e o fornecimento de informações por parte da ALMT a respeito dos materiais em estoque no almoxarifado em 2010.
“As diligências são imprescindíveis para a elucidação dos fatos. O Ministério Público aduz que o material não foi entregue e a defesa aduz que o material foi entregue, que não houve simulação de prestação de serviço. Se a juíza indeferir a produção de prova, constitui-se, na visão da defesa, um cerceamento de defesa”, argumentou Mello, adiantando que deverá buscar medidas contra o indeferimento das diligências.
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