quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Grupo ligado ao Estado Islâmico no Egipto diz que decapitou refém croata

Grupo ligado ao Estado Islâmico no Egipto diz que decapitou refém croata

Publicada foto de corpo de homem que terá sido raptado no final de Julho.
Tomislav Salopek, 30 anos, terá sido raptado a 22 de Julho AFP
O grupo egípcio Província do Sinai, ligado ao grupo jihadista autodenominado Estado Islâmico, publicou uma fotografia de um corpo decapitado alegando que se tratava de um refém croata.
O grupo tinha ameaçado matar o refém na semana passada. Não era possível determinar a autenticidade da imagem, cuja legenda dizia “morte do refém croata, devido à sua participação na guerra contra o Estado Islâmico, depois de ter expirado o prazo”, segundo o grupo de monitorização de actividades jihadistas SITE.A foto foi divulgada no Twitter esta quarta-feira. Um porta-voz do Ministério do Interior do Egipto disse ter visto a imagem online e que as autoridades estava, a tentar determinar se é verdadeira. “Estamos a fazer as nossas próprias verificações. Se for verdadeira, faremos uma declaração à imprensa.”
Na semana passada, um vídeo mostrava um homem que dizia chamar-se Tomislav Salopek, e afirmava que o grupo o mataria em 48 horas se não fossem libertadas as mulheres muçulmanas em prisões egípcias. Não era claro a que mulheres se referia. O regime tem detido milhares de apoiantes da Irmandade Muçulmana, ilegal durante décadas, mas que subiu ao poder após o derrube de Mubarak, e novamente ilegalizado após o golpe que derrubou Mohamed Morsi, o primeiro Presidente democraticamente eleito. Vários familiares de mulheres detidas vieram pedir aos jihadistas para não executarem o refém, distanciando-se da reivindicação.  
O vídeo era semelhante a outros do grupo: via-se um refém vestido com um fato de macaco cor de laranja e um homem em uniforme militar, com uma máscara negra e armado com uma faca. Ao lado, a bandeira negra do Estado Islâmico. Foi divulgado um dia antes de uma muito promovida inauguração da extensão do Canal do Suez, apresentada pelo regime egípcio como um projecto de orgulho nacional.
O refém, que era funcionário da empresa de petróleo e gás Ardiseis Egypt, foi raptado numa auto-estrada a caminho do Cairo, a Oeste da capital.
A ser confirmada, esta morte irá deixar apreensivas as empresas do sector e poderá dificultar as tentativas do Presidente Abdel Fattah al-Sissi para atrair investimento internacional após anos de instabilidade. O Sinai tem sido um foco de particular violência, com ataques de suspeitos extremistas, mas também tem havido ataques na capital, como o que atingiu o consulado italiano, e uma bomba que matou o procurador-geral Hisham Barakat num bairro chique da capital.
As autoridades egípcias procuravam Salopek mesmo depois de terminado o prazo de 48 horas dado pelos jihadistas. Dois membros de uma unidade anti-terrorista morreram, aparentemente por terem pisado uma mina, nas buscas pelo refém.
A fotografia divulgada no Twitter continha ainda dois recortes de notícias de jornais egípcios, uma sobre o apoio da Croácia na guerra ao terrorismo levada a cabo pelo regime egípcio e outra dizendo que a Croácia reiterava o seu apoio aos curdos, que no Iraque e na Síria são dos principais a combater os jihadistas do Estado Islâmico.
O Estado Islâmico atingiu o Egipto em Fevereiro com a decapitação de 21 cristãos egípcios na Líbia. O Cairo respondeu com ataques aéreos em território líbio.

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