domingo, 7 de fevereiro de 2016

ASPEPPA – Descontentes com o Sintepp, professores da base articulam associação para defender a categoria

ASPEPPA – Descontentes com o Sintepp, professores da base articulam associação para defender a categoria


Aspeppa - Associação dos Profissionais em Educação Pública do Pará. Esta é a denominação da entidade, que inclusive já tem página no Facebook e cuja criação está sendo articulada por parcela dos professores da base dos docentes da rede pública de ensino, descontentes com a atuação do Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará, mergulhado em uma crise de credibilidade, na esteira de denúncias de corrupção. A crise foi deflagrada por uma representação anônima protocolada no MPE, o Ministério Público Estadual, contendendo denúncias de malversação das finanças e do patrimônio do sindicato, na esteira do aparelhamento da entidade pela APS, Ação Popular Socialista, uma tendência do PSol, o Partido Socialismo e Liberdade, na qual militam os principais dirigentes do Sintepp. As denúncias atingem, em particular, o coordenador-geral, Alberto Ferreira de Andrade Júnior, o Beto Andrade, que é também pré-candidato do PSol a prefeito de Ananindeua, e Maria da Conceição Holanda de Oliveira, coordenadora da Secretaria de Finanças. O imbróglio ainda alcança o vereador de Belém Fernando Carneiro, do PSol, beneficiário de doações de campanha, por dirigentes do Sintepp, postas sob suspeitas.

A articulação para a criação da Aspeppa, a Associação dos Profissionais em Educação Pública do Pará, por um contingente da base dos docentes da rede pública de ensino, materializa a crise de representatividade na qual submergiu a parcela hegemônica da direção do Sintepp, associada a APS, a tendência abrigada no PSol. Trata-se de um processo turbinado pela disseminação da insatisfação do conjunto da categoria diante dos termos do acordo celebrado pelo Sintepp com o governo Simão Jatene, a propósito dos descontos e da reposição de aulas, no rastro da recente greve dos professores da rede pública estadual de ensino. Selado à revelia dos professores, sem discussão prévia em assembleia geral, o acordo foi duramente criticado até por lideranças com vínculos formais com o PSol, como José Emílio Almeida, presidente da Asconpa, a Associação de Concursados do Pará, que é também professor. "O Sintepp cometeu mais uma insensatez ao assinar, nesta quinta-feira (14 de janeiro), acordo com o governo do Estado, sem antes apresentar proposta para ser discutida pela categoria, da qual eu faço parte”, disparou José Emílio Almeida, no Facebook, em uma ácida crítica, reproduzida pelo Blog do Barata. Subsequentemente, um professor da base, Rodolfo Nobre, em artigo também veiculado no Blog do Barata, sob o título OPINIÃO – Falta de representatividade compromete legitimidade, não só detalhou aspectos obscuros do acordo, como fez uma crítica devastadora à direção do Sintepp, e em particular à assessoria jurídica, por avalizar um documento sobre cujo teor pairam dúvidas admitidas publicamente. O artigo de Rodolfo Nobre corroborou o que já fora resumido pela professora Tati Lira, em desabafo indignado, na assembleia geral convocada pelo Sintepp para dar conhecimento à categoria dos termos do acordo celebrado com o governo Simão Jatene: "Essa direção não representa a categoria de professores!"

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