Supremo nega pedido para suspender ação penal em que Cunha é citado.
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou hoje
(19) pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), para suspender a ação penal na qual é citado por um delator
da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal.
Na decisão, Zavascki entendeu que Cunha não é investigado pela primeira
instância e que a mera citação do nome do presidente da Câmara não é
causa de suspensão do processo.
Os advogados de Cunha pediram a suspensão por entender que cabe ao
Supremo presidir o inquérito, em razão da citação do presidente da
Câmara, que tem prerrogativa de foro.
Em julho, Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, disse ao
juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que Eduardo Cunha
pediu US$ 5 milhões para que um contrato de navios-sonda da Petrobras
fosse viabilizado. Durante o depoimento, Camargo assumiu o compromisso
de falar a verdade por ter assinado acordo de delação premiada.
Após a divulgação do depoimento, Cunha voltou a negar que tenha recebido
dinheiro de Júlio Camargo. “Qualquer coisa que seja a versão é mentira.
É mais um fato falso, até porque esse delator [Camargo], se ele está
mentindo, desmentindo o que delatou, por si só, ele já perde o direito à
delação”, disse à época o presidente da Câmara.
(Andre Richter – Repórter da Agência Brasil).
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