Quadrilha sonegou R$ 85 milhões em impostos nos últimos 2 anos no RS
Operação Dariba desarticulou organização criminosa que agia no estado.
Treze pessoas foram presas nesta sexta e outras duas são procuradas.
Foram apreendidos pelo menos 30 carros de luxo, motocicletas e até uma moto aquática. Os mandados de prisão foram cumpridos em fazendas luxuosas e casas no litoral gaúcho. Os mentores do esquema seriam empresários, donos de frigoríficos, que montaram um esquema para sonegar impostos na compra e venda de carnes. Contadores também participavam da fraude. Pessoas desempregadas eram usadas como “laranjas”.
Operação contra fraude fiscal cumpriu mandados
em fazendas e casas no litoral gaúcho
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
“Nós temos frigoríficos reais, que existem, vendem a carne. Em torno de
oito a 12 frigoríficos investigados se uniram e montaram, através de um
terceiro empresário, empresas de fachada para a compra da carne em
outro estado. Então, a carne entrava aqui no estado e, ao entrar,
deveria recolher tributo. Eles montaram uma fraude para que essas
empresas de fachada recolhessem falsamente esse tributo, que, na
verdade, não existem, e informavam ao Fisco que haviam recolhido”,
detalha o delegado Joebert Pinto Nunes.em fazendas e casas no litoral gaúcho
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
A fraude foi identificada pela Receita Estadual, que avisou a Polícia Civil. A investigação durou nove meses. Cerca de 460 policiais e 40 auditores fiscais participaram da Operação Dariba, que significa tributo em árabe. Os nomes dos suspeitos e dos frigoríficos não foram divulgados, mas a maioria dos estabelecimentos, segundo a polícia, funciona na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Além da fraude, as investigações também apontam para um outro crime: contra a saúde publica. Segundo a polícia, toneladas de carnes foram armazenadas de forma irregular. E este produto ainda pode estar no mercado gaúcho. Em uma escuta telefônica, o dono de um supermercado reclama da qualidade da carne entregue por um dos frigoríficos investigados.
“Não pode acontecer. Não pode. Eu não posso ter prejuízo, entendeu?”, reclama. “Ah, só que é mais leve. Não é tanto”, tenta justificar um homem. “Não, não é leve. É muito passado. Está passado”, diz o dono do supermercado.
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