sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Quadrilha sonegou R$ 85 milhões em impostos nos últimos 2 anos no RS

Quadrilha sonegou R$ 85 milhões em impostos nos últimos 2 anos no RS

Operação Dariba desarticulou organização criminosa que agia no estado.
Treze pessoas foram presas nesta sexta e outras duas são procuradas.

Do G1 RS
A quadrilha de empresários e produtores rurais desarticulada nesta sexta-feira (5) em uma operação conjunta da Delegacia Fazendária da Polícia Civil e da Receita Estadual sonegou R$ 85 milhões em impostos nos últimos dois anos no Rio Grande do Sul. O enriquecimento ilícito e milionário possibilitou uma vida de luxo ao grupo criminoso, que teve 13 dos seus integrantes presos. Outras duas pessoas ainda estão sendo procuradas.
Foram apreendidos pelo menos 30 carros de luxo, motocicletas e até uma moto aquática. Os mandados de prisão foram cumpridos em fazendas luxuosas e casas no litoral gaúcho. Os mentores do esquema seriam empresários, donos de frigoríficos, que montaram um esquema para sonegar impostos na compra e venda de carnes. Contadores também participavam da fraude. Pessoas desempregadas eram usadas como “laranjas”.
Operação contra fraude fiscal cumpriu mandados
em fazendas e casas no litoral gaúcho
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Operação fraude fiscal polícia rs (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
“Nós temos frigoríficos reais, que existem, vendem a carne. Em torno de oito a 12 frigoríficos investigados se uniram e montaram, através de um terceiro empresário, empresas de fachada para a compra da carne em outro estado. Então, a carne entrava aqui no estado e, ao entrar, deveria recolher tributo. Eles montaram uma fraude para que essas empresas de fachada recolhessem falsamente esse tributo, que, na verdade, não existem, e informavam ao Fisco que haviam recolhido”, detalha o delegado Joebert Pinto Nunes.
A fraude foi identificada pela Receita Estadual, que avisou a Polícia Civil. A investigação durou nove meses. Cerca de 460 policiais e 40 auditores fiscais participaram da Operação Dariba, que significa tributo em árabe. Os nomes dos suspeitos e dos frigoríficos não foram divulgados, mas a maioria dos estabelecimentos, segundo a polícia, funciona na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Além da fraude, as investigações também apontam para um outro crime: contra a saúde publica. Segundo a polícia, toneladas de carnes foram armazenadas de forma irregular. E este produto ainda pode estar no mercado gaúcho. Em uma escuta telefônica, o dono de um supermercado reclama da qualidade da carne entregue por um dos frigoríficos investigados.
“Não pode acontecer. Não pode. Eu não posso ter prejuízo, entendeu?”, reclama. “Ah, só que é mais leve. Não é tanto”, tenta justificar um homem. “Não, não é leve. É muito passado. Está passado”, diz o dono do supermercado.

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