Polícia turca invade jornal e TV e prende 24 pessoas
Ação atinge meios de comunicação ligados a opositor do presidente do país
Em cenas divulgadas ao vivo por
canais de TV turcos, o editor do ‘Zaman’, Fetullah Gulen, sorriu e
avaliou documentos da polícia antes de ser levado sob aplausos dos
funcionários. “Deixem aqueles que cometeram crimes ficarem com medo”,
disse ele conforme a polícia o levava com dificuldade pela multidão até
um carro. “Não estamos com medo.”
A imprensa informou que mandados de prisão
foram emitidos para 32 pessoas. A emissora estatal TRT Haber disse que
24 pessoas foram detidas em incursões na Turquia, incluindo dois
ex-chefes de polícia. Produtores e funcionários de séries dramáticas da
Samanyolu também foram detidos, junto com o presidente do grupo.“Este é um espetáculo vergonhoso para a Turquia”, disse o presidente da rede de TV, Hidayet Karaca antes de sua prisão. “Infelizmente, na Turquia do século 21, este é o tratamento dado a um grupo de mídia com dezenas de estações de rádio e televisão, mídia de internet e revistas.”
A União Europeia divulgou um comunicado oficial, ontem, condenando a ação do governo turco. “As batidas policiais e prisões de vários jornalistas e representantes da mídia na Turquia são incompatíveis com a liberdade dos meios de comunicação, que é um princípio essencial da democracia”, afirmaram, em declaração, a chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, e o Comissário Johannes Hahn. Integrantes da oposição turca classificaram a ação de ‘golpe civil’.
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