Alunos mais pobres ampliam presença em universidades públicas
Segundo a pesquisadora Betina Fresneda, o aumento se deve aos
programas de cotas, ao Prouni e ao aumento da renda e da escolaridade.
Victor Abdala - Agência Brasil
A
participação dos 20% mais pobres da população brasileira na
universidade pública aumentou quatro vezes entre 2004 e 2013, segundo a
Síntese de Indicadores Sociais. De acordo com a pesquisa, esses alunos
representavam 1,7% do total em 2004 e passaram a ser 7,2% em 2013.
Ao mesmo tempo, a participação dos 20% mais ricos caiu de 55% para 38,8%
no período. O mesmo fenômeno ocorreu nas universidades privadas, onde a
participação dos 20% mais ricos caiu de 68,9% para 43% enquanto a dos
mais 20% pobres cresceu de 1,3% para 3,7%.
“Houve políticas de ampliação de vagas e outras como o ProUni [Programa
Universidade para Todos] e as cotas, mas também houve aumentos da renda e
da escolaridade média [do brasileiro]”, disse a pesquisadora do IBGE
Betina Fresneda.
Houve ainda redução da distorção idade-série dos jovens de 15 a 17 anos,
o que significa que um número maior de alunos está cursando a série
adequada à sua idade, isto é, o ensino médio. Se em 2004 apenas 44,2%
dos alunos dessa faixa etária estavam no ensino médio, em 2013 o
percentual subiu para 55,2%.
Aqueles, nessa idade, que ainda estão no ensino fundamental caíram de
34,7% para 26,7% no período. O número de jovens que não estudam também
diminuiu de 18,1% para 15,7%. “Ainda há atraso, que é reflexo do
problema que vem desde o ensino fundamental”, explica Betina.
Os alunos de 13 a 16 anos que ainda não estão frequentando a série
adequada eram 41,4% em 2013, apesar de o número ter caído, já que em
2004, esse percentual chegava a 47,1%.
Créditos da foto: EBC
Texto original: CARTA MAIOR
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