Segundo PGR, os 11 executivos presos de 6 empreiteiras serão acusados.
Depoimento de Alberto Youssef deve chegar ao procurador na terça (9).
Segundo ele, 11 que atualmente estão presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba serão acusados pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitações e formação de cartel. Os procuradores ainda analisam se vão denunciá-los também por organização criminosa.
"Na operação Lava Jato o que que nós temos? Nós temos ilícitos praticados por empresas, sim, e ilícitos praticados por agentes econômicos e agentes políticos. Uma coisa não interfere com a outra. Os crimes praticados por agentes econômicos e políticos estão sendo investigados e vão ser levados à Justiça. Essa investigação, no que se refere à parte penal ela irá até o fundo e até as últimas consequências", afirmou Janot.
Segundo as investigações, eles são suspeitos de participar de esquema de corrupção na Petrobras, com dinheiro desviado de contratos para pagamento de propina a partidos e políticos. As denúncias serão apresentadas à Justiça Federal no Paraná e caberá ao juiz Sergio Moro, responsável pela condução das investigações, autorizar a abertura de ação penal contra os acusados.
Dos 25 executivos presos em novembro na operação, 11 permanecem presos e, segundo Janot, serão denunciados na próxima semana.
Da construtora Camargo Corrêa, estão presos Dalton dos Santos Avancini (diretor-presidente), João Ricardo Auler (presidente do Conselho de Administração), Eduardo Hermelino Leite (diretor-vice-presidente).
Da empreiteira OAS, estão presos José Aldemário Pinheiro Filho (presidente), Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor internacional), Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Ricardo Nogueira Breghirolli (funcionários).
Também estão presos Ricardo Ribeiro Pessoa (presidente da UTC), Sérgio Cunha Mendes (vice-presidente da Mendes Júnior), Gerson de Mello Almada (vice-presidente da Engevix) e Erton Medeiros Fonseca (diretor-presidente de Engenharia da Galvão Engenharia).
Além dos executivos, permanece na prisão o lobista Fernando Soares, também conhecido como Fernando Baiano, suspeito de ser operador do PMDB junto ao suposto esquema.
Na entrevista à TV Globo, o procurador-geral da República explicou que advogados dos executivos das empreiteiras o procuraram para verificar a possibilidade de um acordo. Foram realizadas três reuniões, mas a defesa não aceitou que os executivos confessassem que cometeram crimes.
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O procurador-geral disse ainda que receberá na próxima terça-feira (2) os depoimentos sigilosos do doleiro Alberto Youssef, considerado um dos principais operadores do esquema, no acordo de delação premiada.
Será com base nas informações que prestou e também no depoimento do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa que a Procuradoria-Geral da República vai pedir autorização do Supremo Tribunal Federal para investigar a eventual participação de autoridades com foro privilegiado, como deputados, senadores e ministros.
Segundo investigadores, Youssef acrescentou novos nomes de políticos envolvidos. Até agora, o ex-diretor Paulo Roberto Costa mencionou cerca de trinta políticos. Janot disse que vai verificar se Youssef deu informações suficientes para obtenção de provas dos crimes praticados pelos envolvidos Depois disso, vai pedir a homologação (aprovação) do acordo de delação de Youssef ao ministro do STF Teori Zavascki.
Até agora, só a delação premiada de Paulo Roberto Costa foi homologada. Além dessas duas delações, outras cinco – de lobistas e servidores da empresa – estão sendo analisadas pelo Ministério Público Federal no Paraná.
O procurador também informou que os procuradores que investigam o esquema irão aos Estados Unidos para ter acesso à investigação da Petrobras feita pela Securities and Exchange Comission (SEC), equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil. Na semana passada, os procuradores estiveram na Suíça para desbloquear valores desviados da estatal.
"Nós estamos seguindo o dinheiro e nós vamos alcançar a todos esses infratores, que são delinquentes", disse Janot.
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