Governo lança portal para resgatar memória da ditadura
"É oportuno porque vivemos um momento em que a ideia de que o Brasil estava melhor no tempo da ditadura é argumentada cada vez com mais frequência", disse a ministra Luiza Helena de Barros
O site conta com conteúdo multimídia com o objetivo de atrair os estudantes e o público mais jovem, que tem menos referências sobre um período marcado pela tortura, censura, repressão, fechamento do Congresso e por outras restrições à democracia.
"A preservação da memória do país é fundamental", afirmou o ministro da Educação, José Henrique Paim, na cerimônia de apresentação do portal. O lançamento acontece no mesmo ano em que se lembrou o cinquentenário do golpe militar de abril de 1964 e a cinco dias da divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, criada para investigar as violações dos direitos humanos ocorridas durante a ditadura.
Segundo a Presidência, o portal, que também conta com a colaboração do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), é o maior arquivo virtual existente no país sobre a ditadura. "Este portal é um instrumento vivo e concreto para que a memória não se apague", afirmou a secretária de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, perseguida política durante a ditadura e que foi torturada junto com a presidente Dilma Rousseff.
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Em referência aos desaparecidos políticos da ditadura, ela advertiu que
"quando a memória se apaga, se apaga a história de uma geração de um
país, e muitos não estão aqui para contar essa história". Para Eleonora,
os materiais oferecidos permitirão que as pessoas tenham uma ideia do
ocorrido na época e aprendam a evitar que esse tipo de episódio se
repita."É oportuno o lançamento porque vivemos um momento em que a ideia de que o Brasil estava melhor no tempo da ditadura é argumentada cada vez com mais frequência", disse a ministra de Promoção de Igualdade Racial, Luiza Helena de Barros, em referência a recentes manifestações nas ruas de grupos que defendem um novo golpe militar.
A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, afirmou que o portal é outra das iniciativas do governo para demonstrar seu compromisso com a verdade, a justiça e a defesa dos direitos humanos. "A ditadura durou 21 anos, mas suas manifestações ainda estão presentes em vários espaços da sociedade, como no sistema penitenciário, na repressão aos grupos organizados e no conservadorismo da sociedade", afirmou a ministra.
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