sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Centenas de milhões de euros não declarados encontrados no Vaticano

Centenas de milhões de euros não declarados encontrados no Vaticano

Uma das missões de Jorge Bergoglio, eleito papa em 2013, é a reforma da Cúria e pôr fim a um sistema obsoleto e despesista
Centenas de milhões de euros, não declarados, foram encontrados em diferentes ministérios do Vaticano, anunciou o cardeal australiano George Pell, que dirige o novo secretariado da Economia do papa Francisco.
"Descobrimos que a situação (financeira do Vaticano) era muito mais saudável do que parecia. Porque algumas centenas de milhões de euros estavam escondidas em diversas contas sectoriais e não apareciam nos balanços", explicou, numa entrevista à revista britânica Catholic Herald.
"É importante sublinhar que o Vaticano não está em falência. Além do fundo de pensões, que deve ser reforçado para responder às necessidades nos próximos 15 a 20 anos, a Santa Sé financia-se por possuir bens substanciais e através de investimentos", considerou.
O "ministro" da Economia descreveu um sistema em que cada serviço mantinha e defendia a sua independência.
"Os problemas eram mantidos em reserva. Poucos eram tentados a confiar ao mundo exterior os problemas da sua casa, o que só acontecia quando precisavam de ajuda externa", afirmou.
A partir de agora, "os orçamentos de cada congregação e conselho pontifício serão aprovados e as despesas controladas (...) durante o ano", com penalidades caso não sejam respeitados, sublinhou Pell.
O cardeal australiano, que integra o "C9" dos cardeais que aconselham o papa Francisco, foi nomeado "secretário da Economia", com plenos poderes para reformar os serviços económicos e financeiros do Estado, prejudicados, no passado, pela opacidade e importantes escândalos financeiros.
Uma das missões de Jorge Bergoglio, eleito papa em 2013, é a reforma da Cúria e pôr fim a um sistema obsoleto e despesista.
Com Lusa

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