quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

2014 pode ser o ano mais quente desde 1850, diz agência da ONU

2014 pode ser o ano mais quente desde 1850, diz agência da ONU

Medição prévia apontou recordes de temperatura entre janeiro e outubro.
Informação preliminar foi divulgada nesta quarta (3) na COP 20, em Lima.

Eduardo Carvalho Do G1, em Lima
COP 20 - entenda o caso (Foto: G1)
O ano de 2014 caminha para ser um dos mais quentes já registrados, senão o mais quente, caso as temperaturas permaneçam acima da média até o fim de dezembro. A informação preliminar foi divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quarta-feira (3), na Conferência Climática das Nações Unidas, a COP 20, em Lima.

Na prévia do relatório “Status Global do Clima 2014”, a agência da ONU apontou que de janeiro a outubro deste ano a temperatura média da superfície da Terra e dos oceanos foi de 14,57 graus centígrados, 0,57ºC acima da média entre 1961 e 1990, período usado como referência pela OMM.

O recorde até então é de 0,55 grau centígrado, registrado em 2005 e 2010. Se as temperaturas de novembro e dezembro seguirem essa tendência, 2014 passará a ser considerado o ano mais quente desde 1850, quando esse tipo de medição foi iniciado.

A confirmação só deve acontecer no primeiro trimestre de 2015. Mas para a OMM, já é possível afirmar que dos 15 anos mais quentes da história, 14 foram no século 21.

“O que vimos neste ano é consistente com o que esperamos de um clima em mudança”, disse Michel Jarraud, secretário-executivo da OMM, em comunicado divulgado pela instituição. “As emissões recordes de gases-estufa associadas às concentrações de gases na atmosfera estão levando o planeta para um futuro incerto e inóspito”, complementou.

A análise é feita a partir de resultados obtidos pela Agência Americana Oceânica e Atmosférica, a NOAA, o Met Office, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e a agência espacial americana, a Nasa.
Impactos no Brasil
O documento da OMM cita a seca na região Sudeste do Brasil como uma das anomalias que ocorreram em consequência da temperatura global maior.
De acordo com o texto, a seca severa em áreas do leste do país e na região central “causou um déficit hídrico grave que se estende por mais de dois anos. A cidade de São Paulo tem sido particularmente afetada com a grave escassez de água e o baixo nível do reservatório Cantareira”, disse o informe.
Segundo a  meteorologia, a seca que atingiu o Sudeste brasileiro neste ano foi a pior em 80 anos. Somente no estado de São Paulo, a estiagem deverá causar a maior perda em 50 anos na agricultura.

A OMM afirma ainda que as temperaturas na América do Sul ficaram acima da média em grande parte do continente, principalmente no Sul do Brasil e no Norte da Argentina.

Tempestades e emissões
O levantamento também aponta que até 13 de novembro ocorreram 72 tempestades tropicais no mundo, total inferior à média de 89 tempestades anuais entre 1981 e 2010. Sobre as emissões de CO2, principal gás de efeito estufa, a OMM estima que os níveis atmosféricos estão em 396 ppm (partes por milhão). Uma maior quantidade desse e outros gases causa a elevação da temperatura no planeta, causando desarranjos no clima.

O documento cita que em várias partes do globo a superfície dos mares ficou aquecida, sem a ocorrência do fenômeno climático El Niño, conhecido por aumentar a temperatura na região do Pacífico e provocar distúrbios no clima em várias partes do planeta.

Sobre o degelo no Ártico, este ano, segundo a OMM, a extensão anual de gelo no Oceano Ártico foi a sexta menor já medida, totalizando 5,02 milhões de km², em 17 de setembro.

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