Com as mãos para o alto e de joelhos, adolescentes são fuzilados em frente a um prédio público de Icoaraci
Seis
adolescentes, entre 14 e 17 anos, foram executados a tiros anteontem,
em frente a um prédio público em Icoaraci. Um deles chegou a ser
socorrido, mas morreu no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência
(HMUE), em Ananindeua. O crime ocorreu por volta das 22h30 de sábado em
frente ao Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém
(Ipamb), no bairro Ponta Grossa, onde os adolescentes costumeiramente se
encontravam para conversar. A Polícia Civil investiga, mas na área
ninguém soube dizer os motivos que levaram ao crime.
De
acordo com informações do Portal ORM, a delegada Ione Coelho, diretora
de Polícia Metropolitana, afirmou que as vítimas tinham passagem pela
polícia por pequenos furtos e também eram usuárias de drogas. Ainda de
acordo com a delegada, o inquérito foi aberto e os familiares das
vítimas já foram ouvidos. Segundo a polícia, a suspeita é que o crime
seja um acerto de contas.
Uma
testemunha relatou, durante registro da ocorrência na seccional de
Icoaraci, que os assassinos diziam ser policiais. "Dois homens que
estavam em uma motocicleta da marca Honda Titan, cor preta, chegaram
armados e abordaram os jovens, gritando: ‘Encosta todo mundo, aqui é a
polícia’. Após serem obrigados a se encostar no muro do Ipamb, os
adolescentes colocaram as mãos para o alto, se ajoelharam e mais de 20
disparos de arma de fogo foram feitos contra todos eles, principalmente
na cabeça", afirmou. "Eu saí para a rua, vi os meninos todos jogados na
calçada do prédio, os dois homens montaram na moto e fugiram no veículo
e, infelizmente, não deu para ver a placa da moto. Foi horrível,
desconheço os motivos da chacina", completou a testemunha.
Três
adolescentes executados eram da mesma família: Samuel Gonçalves, de 15
anos, que chegou a ser socorrido, mas morreu no HMUE, era irmão de
Gabriel Gonçalves, de 16 anos. Os dois eram primos de Lenilson Avelar
Mouzinho, de 17 anos. A mãe de Gabriel e Samuel, que preferiu não se
identificar, na manhã de ontem ainda estava em choque. Ela disse que
Gabriel sempre ia ao local onde ocorreu o crime porque praticamente toda
a família dele mora nas proximidades.
"Ele
sempre ia visitar nossa família e sentava em frente ao Ipamb para
conversar com os colegas. O Samuel raramente estava lá. Meus filhos não
tinham nenhum envolvimento com o mundo do crime nem usavam drogas. Estou
muito chocada com o que aconteceu com eles, não sei o que vai ser da
minha vida", desabafou, emocionada.
A tia
de Gabriel, Samuel e Lenilson, Vera Gonçalves, estava aflita, revoltada
e pedia justiça. "Queremos que a polícia apure o que aconteceu e prenda
os assassinos. Esses crimes não podem ficar impunes. Quer dizer que os
jovens não podem mais se reunir porque todos vão ser considerados
malandros e serão mortos?", questionou.
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