segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pará: Seis executados em chacina







Com as mãos para o alto e de joelhos, adolescentes são fuzilados em frente a um prédio público de Icoaraci
Seis adolescentes, entre 14 e 17 anos, foram executados a tiros anteontem, em frente a um prédio público em Icoaraci. Um deles chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua. O crime ocorreu por volta das 22h30 de sábado em frente ao Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb), no bairro Ponta Grossa, onde os adolescentes costumeiramente se encontravam para conversar. A Polícia Civil investiga, mas na área ninguém soube dizer os motivos que levaram ao crime.
De acordo com informações do Portal ORM, a delegada Ione Coelho, diretora de Polícia Metropolitana, afirmou que as vítimas tinham passagem pela polícia por pequenos furtos e também eram usuárias de drogas. Ainda de acordo com a delegada, o inquérito foi aberto e os familiares das vítimas já foram ouvidos. Segundo a polícia, a suspeita é que o crime seja um acerto de contas.
Uma testemunha relatou, durante registro da ocorrência na seccional de Icoaraci, que os assassinos diziam ser policiais. "Dois homens que estavam em uma motocicleta da marca Honda Titan, cor preta, chegaram armados e abordaram os jovens, gritando: ‘Encosta todo mundo, aqui é a polícia’. Após serem obrigados a se encostar no muro do Ipamb, os adolescentes colocaram as mãos para o alto, se ajoelharam e mais de 20 disparos de arma de fogo foram feitos contra todos eles, principalmente na cabeça", afirmou. "Eu saí para a rua, vi os meninos todos jogados na calçada do prédio, os dois homens montaram na moto e fugiram no veículo e, infelizmente, não deu para ver a placa da moto. Foi horrível, desconheço os motivos da chacina", completou a testemunha.
Três adolescentes executados eram da mesma família: Samuel Gonçalves, de 15 anos, que chegou a ser socorrido, mas morreu no HMUE, era irmão de Gabriel Gonçalves, de 16 anos. Os dois eram primos de Lenilson Avelar Mouzinho, de 17 anos. A mãe de Gabriel e Samuel, que preferiu não se identificar, na manhã de ontem ainda estava em choque. Ela disse que Gabriel sempre ia ao local onde ocorreu o crime porque praticamente toda a família dele mora nas proximidades.
"Ele sempre ia visitar nossa família e sentava em frente ao Ipamb para conversar com os colegas. O Samuel raramente estava lá. Meus filhos não tinham nenhum envolvimento com o mundo do crime nem usavam drogas. Estou muito chocada com o que aconteceu com eles, não sei o que vai ser da minha vida", desabafou, emocionada.
A tia de Gabriel, Samuel e Lenilson, Vera Gonçalves, estava aflita, revoltada e pedia justiça. "Queremos que a polícia apure o que aconteceu e prenda os assassinos. Esses crimes não podem ficar impunes. Quer dizer que os jovens não podem mais se reunir porque todos vão ser considerados malandros e serão mortos?", questionou.

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