Fábio foi assassinado no dia 14 de maio em um motel de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.
- Ela ajoelhou sobre o Fábio e o estrangulou, categoricamente. A Loura Fatal de louca não tem nada, porque nunca apareceu para fazer exame psiquiátrico. Ela de insana não tem nada, uma pessoa que tem a percepção de limpar a cena do crime e colocar as drogas dentro do carro não é insana. Ela fez isso para se salvar, modificando a cena ao limpar com os lençóis e toalhas.
A afirmação é do promotor Jorge Alexandre, que ao lado do promotor Andre Farah Alves, desconstruíram a tese da defesa de que a garota possuía distúrbios mentais herdados do pai.
O advogado da ré, Rodolfo Thompson, tentou fazer com que os jurados presentes acreditassem que, quando criança, Verônica tinha sido estuprada pelo pai, já falecido e que ao se encontrar pela segunda vez na mesma situação entrou em estado de choque e insanidade temporária.
Diante do juiz Peterson Barroso Simões, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, Verônica afirmou que não planejou assassinar o suposto namorado e que apenas tinha tentado se defender, mas que para isso, enrolou o cinto no pescoço da vítima e o apertou.
A Loura Fatal – apelido dado pelo promotor Jorge Alexandre – foi julgada por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima).
Duas expulsões
Na parte da tarde, o clima dentro do Fórum de Niterói esquentou. Verônica Verone chegou a ser retirada da audiência após se descontrolar quando sua mãe, Elizabeth Verone Paiva – a primeira testemunha da defesa a falar – ser questionada a respeito das notas da garota no colégio, com uma pergunta sobre as péssimas notas nas matérias em geral mas um excelente desempenho no quesito teatro.
Pouco depois, a irmã do empresário morto, Rosemary Barroso, levantou uma camiseta em que se encontrava uma foto de Fábio e a palavra saudades, inconformada ao perceber que o juiz tinha autorizado a mãe da ré a ficar ao seu lado para tentar acalmá-la.
Tirando o rompante único de raiva, durante quase todo o julgamento Verônica pouco se movimentou e pouco olhou para a plateia presente. A única vez em dirigiu o olhar para a família de Fábio, sentindo-se de alguma forma protegida, foi durante o depoimento de sua mãe. Também foi neste momento a primeira vez em que ela chorou copiosamente. O segundo choro veio apenas seis horas depois, quando ouviu a sentença.
As quase 300 páginas que foram enviadas ao Ministério Público sobre a investigação da morte do empresário (e que se multiplicaram no Tribunal de Justiça) revelam que a estudante não só premeditou o crime como também tentou comprar uma arma por R$ 2.000. Não conseguindo, procurou entre conhecidos do bairro onde morava se alguém sabia quem poderia matar “uma pessoa”.
Bruno Henrique do Carmo, atendente de uma LAN house em que ela frequentava, confirmou que Verônica manifestou interesse em adquirir uma arma de fogo.
- Ela perguntou se eu conhecia alguém que matasse uma pessoa, parecia brincadeira, mas ela disse que queria se livrar. Ela estava procurando uma arma, mas não disse de quem se trataria.
Segundo a delegada Juliana Rattes, Verônica começou a arquitetar o plano, que culminaria com o assassinato do ex-amante, com dias de antecedência, por motivo considerado torpe, já que ela o matou porque ele havia terminado o relacionamento.
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