quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Após rejeição de proposta militar, confrontos no Egito entram no 5º dia

Protestos continuam no centro do Cairo um dia após manifestantes rejeitarem promessas do governo de acelerar transição


Foto: AFP Ampliar
Manifestantes entram em choque com a polícia em rua perto da praça Tahrir e do Ministério do Interior, no Cairo (23/11)
Manifestantes entraram em choque com policiais e soldados pelo quinto dia consecutivo no centro do Cairo, capital do Egito, nesta quarta-feira.
De acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, os confrontos deixaram 38 mortos desde sábado – o Ministério da Saúde, porém, registra nove vítimas a menos.
Os protestos continuam na Praça Tahrir um dia após ativistas rejeitarem uma promessa feita pela junta militar de antecipar o processo de transição para um governo civil, antecipando das eleições presidenciais.
Leia também: Junta militar do Egito promete acelerar transição para governo civil
Na tentativa de pôr fim às manifestações, a junta militar também afirmou que formará um "governo nacional de salvação" em substituição ao gabinete que pediu sua renúncia na segunda-feira.
Em um discurso na TV, o chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas, Field Marshal Hussein Tantawi, disse que os militares estão preparados para realizar um referendo sobre a transferência imediata de poder se a população fizer essa reivindicação.
Ele também afirmou que as eleições presidenciais serão realizadas antes do fim de junho para transferir o poder totalmente para autoridades civis, mas não mencionou especificamente uma data para a transição. Antes, a junta militar havia marcado as eleições presidenciais para o fim de 2012 ou o início de 2013.
As promessas não foram consideradas suficientes pelos milhares de manifestantes reunidos na Praça Tahrir e em outras cidades do país, que pedem a saída imediata de Tantawi, que passaria o poder para um conselho civil que governaria o Egito até as eleições.
Nesta quarta-feira, os principais confrontos acontecem em frente ao prédio do Ministério do Interior, próximo à Praça Tahrir. Policiais e soldados do Exército usaram bombas de gás e balas de borracha para impedir que os manifestantes invadam o edifício, ainda bastante associado ao ex-presidente Hosni Mubarak, deposto em fevereiro.
Os manifestantes afirmaram não ter a intenção de invadir o Ministério. O objetivo dos confrontos no local seria impedir que as forças de seguranças agissem diretamente na praça.

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