quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fundador do WikiLeaks perde batalha contra extradição na justiça britânica


Do UOL Notícias
  • Julian Assange deixa a corte britânica nesta quarta-feira, em Londres, após dois dias de audiências
O Tribunal Superior de Londres decidiu nesta quarta-feira que o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, deve ser deportado para a Suécia para responder às quatro acusações de supostos abusos sexuais. As informações são do jornal britânico “The Guardian”.
Com a decisão, Assange poder ser extraditado para a Suécias em até 10 dias. No entanto, segundo a publicação, ele deve retornar ao país apenas no final deste mês.
O fundador do WikiLeaks ainda tem 14 dias para entrar com um recurso na Suprema Corte, o que a sua defesa já afirmou que irá fazer, contra a decisão do tribunal. Se a Suprema Corte acatar sua apelação, ele permanecerá em Londres aguardando uma nova audiência.
Julian Assange deixa a corte britânica nesta quarta-feira, em Londres, após dois dias de audiências A Suécia acusa Assange de três delitos de agressão sexual e um de estupro após a denúncia de duas mulheres que garantiram que os fatos aconteceram em agosto de 2010. Já a defesa alega que a extradição a Suécia seria "injusta e ilegítima".

O caso
Em fevereiro, um juiz britânico aprovou a entrega de Assange às autoridades suecas ao argumentar que o diretor do WikiLeaks teria um julgamento justo, mas essa decisão foi recorrida em março pelos advogados do ativista no Tribunal Superior de Londres.

Ao dar sinal verde para extradição em fevereiro, o juiz Howard Riddle argumentou que o sistema judiciário sueco é suficientemente sólido para considerar que Assange enfrentará um julgamento com garantias.

O juiz também observou que as declarações das duas mulheres que apresentaram as denúncias demonstraram que não houve consentimento na relação sexual e afirmou que no Reino Unido essas acusações também seriam consideradas como estupro.

Um dos requisitos legais neste país para dar sinal verde a uma ordem europeia de detenção e entrega é que o delito possa ser equiparado na legislação nacional.

Riddle rejeitou também o argumento de que os direitos humanos do australiano estariam ameaçados se fosse processado no sistema judiciário sueco.

Porém, em sua apelação, Assange pediu em julho à Justiça que atenda seu recurso por considerar que o processo é "juridicamente defeituoso" e esconde motivos políticos.

Se o recurso no Tribunal Superior de Londres não for aceito, a defesa de Assange pode apelar à Corte Suprema, instância máxima judicial britânica.

O jornalista, cujo site revelou os detalhes de milhares de informações confidenciais das embaixadas dos Estados Unidos em todo o mundo, foi detido em Londres em dezembro de 2010 depois que as autoridades britânicas receberam a ordem de extradição das autoridades suecas.

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