Até
por dever de ofício, os médicos são reticentes quando se trata de
prever o futuro. Por prudência, não fazem prognósticos sobre a saúde do
ex-presidente Lula a não ser aqueles que as estatísticas permitem
anunciar: Lula tem 75% de chances de cura do câncer na laringe, neste
caso sua voz será pouco afetada e seu tratamento inicial termina em
fevereiro de 2012. Mas a esta altura, superada a perplexidade diante da
notícia e feitas as devidas manifestações de solidariedade, aliados e
adversários do petista já calculam o impacto político do fato novo.
Ambos os lados sabem que figuras públicas como Lula tendem a crescer politicamente ao travarem a batalha contra a doença. E o petista indica que pretende fazê-lo às claras. É que o drama humano por si só aproxima o personagem ao cidadão comum, que encontra novas formas de admirá-lo e de torcer por ele. Note-se o caso recente do vice José Alencar. Assim, ninguém duvida que Lula saia mais forte desta, sob todos os aspectos.
Os cálculos imediatos apontam, contudo, que o principal cabo eleitoral do PT e de partidos aliados estará fora de combate na pré-campanha para as eleições municipais de 2012. Lula deve se concentrar no tratamento contra o câncer durante os próximos quatro meses, pelo menos.
O que aumenta o ambiente de incerteza é o fato de a doença afetar o principal trunfo de Lula: a voz. Até aqui, a expectativa é que ele possa voltar a discursar normalmente, mas apenas depois de revertido o tumor. É um baque angustiante para um comunicador nato, cuja principal e reconhecida habilidade é falar a língua do povo, sem precisar de intermediários.
De imediato, quem mais se abala com a nova situação é quem depende do ex-presidente para decolar. Caso do ministro da Educação, Fernando Haddad, cuja campanha para a prefeitura de São Paulo está ancorada exclusivamente no apoio de Lula. Se sua candidatura resistir, o ministro será beneficiado com a recuperação do ex-presidente e sua possível volta em grande estilo.
À oposição, por razões éticas e humanitárias, não cabe outra atitude a não ser a de permanecer em compasso de espera pelo desfecho do tratamento de Lula, e saudá-lo como importante agente político que sempre foi. Foram tidas como de extremo mau gosto manifestações surgidas na internet, sugerindo jocosamente que Lula fosse se tratar no SUS. Ninguém que tenha juízo no mundo da política cometeria um erro tão elementar como fazer graça ou tentar ser espirituoso diante da desgraça alheia.
A notícia alcança a presidente Dilma no final do primeiro ano de seu governo, já com imagem pessoal e autoridade relativamente consolidadas. As atenções agora se voltam para Lula, mas também para a Dilma, cujo governo precisa mais do que nunca dar certo, para afastar incertezas do projeto petista de poder. A doença de Lula acrescentou insegurança ao cenário político e porá à prova seus principais atores, inclusive ele mesmo.
Ambos os lados sabem que figuras públicas como Lula tendem a crescer politicamente ao travarem a batalha contra a doença. E o petista indica que pretende fazê-lo às claras. É que o drama humano por si só aproxima o personagem ao cidadão comum, que encontra novas formas de admirá-lo e de torcer por ele. Note-se o caso recente do vice José Alencar. Assim, ninguém duvida que Lula saia mais forte desta, sob todos os aspectos.
Os cálculos imediatos apontam, contudo, que o principal cabo eleitoral do PT e de partidos aliados estará fora de combate na pré-campanha para as eleições municipais de 2012. Lula deve se concentrar no tratamento contra o câncer durante os próximos quatro meses, pelo menos.
O que aumenta o ambiente de incerteza é o fato de a doença afetar o principal trunfo de Lula: a voz. Até aqui, a expectativa é que ele possa voltar a discursar normalmente, mas apenas depois de revertido o tumor. É um baque angustiante para um comunicador nato, cuja principal e reconhecida habilidade é falar a língua do povo, sem precisar de intermediários.
De imediato, quem mais se abala com a nova situação é quem depende do ex-presidente para decolar. Caso do ministro da Educação, Fernando Haddad, cuja campanha para a prefeitura de São Paulo está ancorada exclusivamente no apoio de Lula. Se sua candidatura resistir, o ministro será beneficiado com a recuperação do ex-presidente e sua possível volta em grande estilo.
À oposição, por razões éticas e humanitárias, não cabe outra atitude a não ser a de permanecer em compasso de espera pelo desfecho do tratamento de Lula, e saudá-lo como importante agente político que sempre foi. Foram tidas como de extremo mau gosto manifestações surgidas na internet, sugerindo jocosamente que Lula fosse se tratar no SUS. Ninguém que tenha juízo no mundo da política cometeria um erro tão elementar como fazer graça ou tentar ser espirituoso diante da desgraça alheia.
A notícia alcança a presidente Dilma no final do primeiro ano de seu governo, já com imagem pessoal e autoridade relativamente consolidadas. As atenções agora se voltam para Lula, mas também para a Dilma, cujo governo precisa mais do que nunca dar certo, para afastar incertezas do projeto petista de poder. A doença de Lula acrescentou insegurança ao cenário político e porá à prova seus principais atores, inclusive ele mesmo.
Christina Lemos
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