O Estado de S.Paulo
O Estádio Monumental de Núñez será o cenário amanhã de um esquema de segurança inédito desde a Copa de 1978, quando a ditadura militar que governava a Argentina colocou milhares de soldados nas ruas para evitar eventuais ataques terroristas.
No total, a ministra de Segurança, Nilda Garré, vai destacar 2.200 policiais para controlar os irritados torcedores do River Plate, time que colocará em jogo sua permanência na 1.ª Divisão do futebol argentino.
Destes, 1.200 ficarão dentro do estádio para evitar que os "barrabravas" do River invadam o campo, tal como fizeram no meio da semana durante o jogo contra o Belgrano, em Córdoba.
Motivos para tensão existem de sobra, já que o River Plate pode cair pela primeira vez em 110 anos. Esse panorama vai se concretizar caso o River não consiga vencer o Belgrano por uma margem de pelo menos dois gols.
Outros 1 mil homens das forças de segurança ficarão do lado de fora do estádio, controlando eventuais atos de violência. Desde a quinta-feira circulam na internet convocações de torcedores do River a ir ao estádio para apedrejar o ônibus que transportará os jogadores do Belgrano.
O cenário de uma eventual passagem para a 2.ª Divisão transformou-se em um pesadelo dantesco para a torcida do River, que, além de direcionar a raiva contra os rivais, também dispara ameaças aos diretores e jogadores da própria equipe.
Furiosos, na noite de quinta-feira, mais de 400 torcedores carregando faixas com os dizeres "ganhar ou morrer" tentaram invadir a sede do clube.
A polícia teve de recorrer a jatos d"água para dispersar a multidão. Ninguém foi detido. Oito homens das forças de segurança ficaram feridos.
Decisão política. Durante cinco horas representantes do time, da Associação de Futebol da Argentina (AFA) e do Ministério de Segurança discutiram sobre a possibilidade de realizar o jogo a portas fechadas, de forma a evitar prováveis cenas de pancadaria. Mas, no fim da noite, as autoridades concordaram em abrir o estádio para os torcedores.
A decisão de realizar o jogo com a presença do público foi tomada pela própria presidente Cristina Kirchner, embora a ministra Nilda Garré fosse contra.
O presidente da AFA, Julio Grondona, aliado do governo Kirchner, deixou claro aos participantes da reunião que não poderia exibir ao mundo o estádio vazio poucos dias antes do início da Copa América.
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