BRASÍLIA (Reuters) - Preocupada com a reação de aliados no Congresso, que já haviam ameaçado barrar votações na Câmara e no Senado, a presidente Dilma Rousseff recuou e decidiu na quarta-feira prorrogar o decreto que permite o pagamento de emendas parlamentares de 2009 que estavam inscritas nos restos a pagar.
Dilma, preocupada em manter um rigor fiscal, já havia avisado a aliados que não prorrogaria o decreto que permite gastos adicionais de aproximadamente 1,8 bilhão de reais e que atendem principalmente obras de prefeituras que assinaram convênios com o governo federal por meio de emendas parlamentares.
Contudo, ao ser alertada pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de que a decisão dificultaria a vida do Executivo no Congresso, a presidente recuou de sua decisão.
Temendo as ameaças de aliados, ela ordenou que a equipe econômica encontrasse espaço no orçamento para permitir o adiamento por 90 dias do decreto, que vence na quinta-feira.
Com isso, Dilma espera atender a uma das principais reivindicações de sua base aliada e aprovar antes do recesso parlamentar, que começa em 15 de julho, matérias importantes como a criação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o projeto que corrige as alíquotas de Imposto de Renda para Pessoa Física, entre outras.
Na terça-feira, após reunião com líderes da Câmara, Ideli levou a reivindicação pela segunda vez a Dilma, que ainda resistiu a mudar de posição.
Mas na quarta-feira, depois de voltar da Cúpula do Mercosul realizada no Paraguai, ela convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto e decidiu prorrogar o decreto.
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