sexta-feira, 1 de abril de 2016

Incêndio atinge escritório de ex-contadora de Youssef em SP

Incêndio atinge escritório de ex-contadora de Youssef em SP

Meire Poza diz que, no escritório, 'não havia mais nada da Lava Jato'.
'Estou abalada, não sei o que pode ter sido', afirma sobre fogo em prédio.

Tahiane StocheroDo G1 São Paulo
A contadora Meire Poza presta depoimento à CPI mista da Pretrobras (Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)A contadora Meire Poza presta depoimento à CPI
mista da Pretrobras
(Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)
Um incêndio atingiu o escritório de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, na noite desta quinta-feira (31) em São Paulo. A sala comercial ficou completamente destruída.

O doleiro é apontado como operador do esquema de corrupção na Petrobras e teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Youssef foi condenado por lavagem de dinheiro e corrpução passiva e deve ficar três anos preso após acordo de delação premiada.

Meire Poza foi uma das delatoras do esquema e detalhou como o pagamento de propinas ocorria durante depoimento à CPI mista da Petrobras. Ao G1, ela disse que está muito abalada e que espera o resultado da perícia para saber o que aconteceu.

A contadora tinha o escritório no local desde 2009 e atualmente contava com mais 4 funcionários, cuidando de 50 clientes. Meire disse que no prédio não havia mais nenhum papel relacionado ao esquema investigado na Lava Jato.
"Eu tinha poucos clientes. Depois da Lava Jato, fiquei com poucos. Ainda não sei sobre a situação de lá, não fui ao local ainda, meus funcionários estão lá com os bombeiros. Mas não tinha mais nada da Lava Jato lá, tudo o que eu tinha foi entregue em 2014", afirma ela.

"Sinceramente, eu não sei o que pode ter sido, se foi acidental. Eu não faço ideia, estou esperando o resultado da perícia para me dizerem",  acrescenta.
Homens são vistos no escritório da contadora Meire Poza, em São Paulo, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato. O local foi atingido por um incêndio durante a madrugada e ficou completamente destruído (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/Estadão Conteúdo)Homens são vistos no escritório da contadora Meire Poza, em São Paulo, que trabalhou para o doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato. O local foi atingido por um incêndio durante a madrugada e ficou completamente destruído (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/Estadão Conteúdo)

O incêndio atingiu também uma academia no prédio onde dica o escritório da contadora na Avenida Santo Amaro e assustou alunos que faziam uma uma aula de luta. Ninguém ficou ferido. Os bombeiros contiveram o fogo mas a fumaça fez com as pessoas tivessem que sair do local e o prédio, interditado.

Meire disse que soube do incêndio pelo G1, ao abrir o portal pela manhã para ler notícias e se interessou pela informação para saber a situação do trânsito na região. "Eu tenho por hábito ler notícias pela manhã e eu vi que teve um incêndio na região e quis ver a situação do trânsito, e daí que eu soube", diz.
"Eu naõ estou conseguindo nem pensar, estou realmente muito abalada, não sei o que pode ter sido. Ainda não podemos entrar, estamos aguardando, ainda não sei se sobrou alguma coisa", afirmou.
" Aquilo era o sustento dela, a forma como mantinha a família", afirma o advogado de Meire, Haroldo Nater.

"Preferimos esperar os resultados da perícia para emitir uma opinião sobre a motivação. Ela espera que não tenha sido retaliação, não há nenhum motivo para isso", acrescentou o advogado.
Documentos de Meire
O procurador do Ministério Público Federal
Diogo Castor de Mattos, que integra a força-tarefa da Lava Jato, diz que os documentos relacionados ao esquema e relatados por Feire já foram entregues e que i incêndio não traz prejuízo às investigações.

O MPF irá procurar a contadora para saber se ela recebeu ameaças ou algo do tipo.
Nesta sexta-feira ocorre a 27ª Operação da Lava Jato. Foram presos temporariamente Silvio Pereira, ex-secretário geral do PT, e Ronan Maria Pinto, dono do jornal "Diário do Grande ABC" e de empresas do setor de transporte e coleta de lixo.
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares é alvo de condução coercitiva – quando uma pessoa é levada a depor mesmo contra a vontade. Ele chegou à sede da PF em São Paulo por volta das 8h, escoltado por agentes federais. Também foi  alvo de condução coercitiva o jornalista Breno Altman, que foi levado para a sede da PF em Brasília.
Incêndio
O incêndio no prédio em que ficava o escritório de Meire começou às 22h, mas uns 15 minutos antes o cheiro de queimado começou a ser sentido. “A gente achou que era alguma coisa de fora ali, a gente não sabia identificar da onde era. Passou uns quinze minutos e começou a sair uma fumaça do andar de cima”, disse o dono da academia Celso Alves Junior.
Cerca de 50 alunos estavam na academia no momento do incêndio. O recepcionista Victor Rocha dos Santos foi quem acionou o Corpo de Bombeiros. “Na hora que o bombeiro falou evacua o prédio, foi instantâneo, já foi avisando o professor de funcional, falando pede pra todo mundo sair, já avisei o pessoal do MuayTai pra pegar as suas coisas rápido que tem que evacuar o prédio porque tá pegando fogo em cima”, conta.
Pelo menos cinco salas comerciais foram destruídas pelo fogo e o teto desabou. Os bombeiros interditaram a Avenida Santo Amaro no sentido bairro por duas horas. Quem estava de ônibus, teve que descer dos coletivos.

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