quinta-feira, 14 de abril de 2016

Ex-presidente argentina pede destituição de juiz que a acusa

Ex-presidente argentina pede destituição de juiz que a acusa



A ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015) pediu nesta quinta-feira a destituição do juiz Claudio Bonadio por prevaricação e criticou o início de seu julgamento político pela suposta venda de dólares no mercado futuro que provocou um prejuízo de bilhões de dólares para o Estado.
Cristina Kirchner argumentou que o processo levado adiante por Bonadio não envolve crime de corrupção, enriquecimento ilícito ou qualquer outro contemplado no Código Penal, razão pela qual se considera vítima de "perseguição política", informaram fontes judiciais.
A denúncia foi apresentada ao Conselho da Magistratura, um dia depois de a ex-presidente se apresentar à Justiça, informaram fontes judiciais.
Um pedido de afastamento do juiz, feito pela ex-presidente e pelo ex-ministro da Economia Axel Kicillof, outro envolvido, já foi rejeitado na segunda-feira.
Kirchner se apresentou à Justiça em Buenos Aires, na primeira viagem à capital argentina desde que deixou o poder, em 9 de dezembro. No dia seguinte assumiu Mauricio Macri, após vencer o candidato governista, Daniel Scioli.
O caso envolvendo a venda de dólares no mercado futuro foi iniciado por dois parlamentares do partido de Macri, o Cambiemos, mas as os demandantes não incluíram Kirchner na petição. Quem o fez foi Bonadio, a quem o kirchnerismo acusa em suas declarações públicas de parcialidade e de ser um operador de Macri para "uma perseguição política".
A acusação contra Kirchner envolve a política monetária do Banco Central, que em setembro passado vendia dólares no mercado futuro a 10,50 pesos, quando a cotação na época era de 9,60 pesos.
Kirchner e Kicillof disseram em suas alegações judiciais que o propósito era desestimular expectativas de desvalorização do peso e manter os preços da divisa contemplados no orçamento nacional.
Em 17 de dezembro, Macri impulsionou uma desvalorização que levou o dólar a 15 pesos (-34%). O Banco Central, agora sob administração macrista, deve honrar os contratos futuros quase 50% mais caros, com sério prejuízo para o Tesouro.
O kirchnerismo argumenta que não se pode judicializar uma política monetária anti-desvalorização.

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