"Estou sendo massacrado", diz pai do menino Bernardo
Médico Leandro Boldrini alega inocência e diz que "a vida acabou"
O médico Leandro Boldrini, pai do menino Bernado e um dos acusados pela
morte do garoto, depôs hoje no Fórum de Três Passos, no Rio Grande do
Sul. Aparentando calma, o médico respondeu aos questionamentos da defesa
e da acusação, sempre negando envolvimento com a morte do filho,
assassinado aos onze anos em abril de 2014. Usando um colete a prova de
balas, Boldrini falou por 3h10 sobre sua relação com o filho e os fatos
envolvendo o final de semana do desaparecimento de Bernardo.
Questionado sobre a relação da mulher com o caso, o réu garante que
apenas ficou sabendo da relação dela com o crime na hora em que foi
preso. Segundo o médico, Graciele afirmou que o garoto dormiria na casa
de um amiguinho na sexta-feira, o que fez com que ele não se preocupasse
com o sumiço do garoto por dois dias: "achei que ele apareceria na
escola na segunda-feira", disse. Apesar disso, Leandro ressaltou que
chegou a procurar por Bernardo ainda no domingo, alegando preocupação.
Sobre os vídeos em que Bernado aparece sendo vítima de violência
psicológica dentro de casa e que foram gravados por Boldrini, o réu
ressalta que "serviriam como provas para um tratamento psiquiátrico",
uma vez que o médico classifica Bernardo como "um menino que não sabia
ouvir não". Apesar disso, afirma que tratava os filhos de forma
igualitária, ressaltando que a rotina de trabalho o deixava distante.
Leandro e Graciele tem juntos uma filha de dois anos que está sob os
cuidados da família da mãe.
Um dos pontos altos do depoimento foi quando Leandro afirmou que está
sendo massacrado pela mídia: "estão querendo me cravar facas, meu filho
está morto, minha vida está destruída". Além disso, afirmou que sua
inocência é "cristalina" e pediu ao juiz que autorizasse sua soltura do
presídio onde cumpre pena. Questionado sobre a própria relação com o
pai, disse que "para dar um abraço era uma dificuldade", numa nítida
intenção de justificar a relação de frieza com Bernardo.
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