SÃO PAULO — O
secretário de Educação do Paraná, Fernando Xavier Ferreira, e o
comandante da Polícia Militar no estado, coronel César Kogut, serão
exonerados. O anúncio deverá ser feito pelo governador Beto Richa nas
próximas horas. Na semana passada, 213 pessoas ficaram feridas, segundo a
prefeitura, durante confronto entre professores em greve e policiais
militares, durante manifestação em frente à Assembleia Legislativa
contra a mudança das regras para aposentadoria de servidores do Paraná.
Um cachorro da polícia mordeu um cinegrafista da rede Bandeirantes e um
deputado estadual que tentava impedir a truculência dos policiais. O
Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar a ação de
policiais. O secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini,
deve ser mantido no cargo.
Na manhã desta terça-feira, os professores da rede pública estadual
do Paraná voltaram às ruas de Curitiba em protesto contra a violência
policial. Segundo a PM, cerca de dez mil pessoas participaram da
caminhada que começou na Praça 19 de Dezembro e terminou no Centro
Cívico. Os professores decidiram, em assembleia à tarde, pela manutenção
da greve que já dura onze dias.
Cerca de um milhão de alunos estão sem aula no estado. A Justiça
chegou a determinar o retorno imediato dos professores às salas de aula,
mas APP-Sindicato entrou com recurso e derrubou a decisão.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do
Paraná (APP-Sindicato), o governo estadual depositou, na segunda-feira,
através de folha complementar, os adicionais atrasados (quinquênios)
desde janeiro e o terço de férias devido a parte dos educadores. Segundo
nota da Secretaria de Estado da Educação (Seed), o governo desembolsou
R$ 6,7 milhões para saldar os débitos.
Na segunda-feira da semana passada, os professores da rede pública
do Paraná entraram em greve em protesto ao projeto do governo estadual
que mudava a forma de custear a previdência social dos servidores do
estado. Na quarta-feira, durante a sessão na Assembleia Legislativa do
Paraná (Alep) que aprovou o projeto, policiais usaram balas de
borrachas, cães e bombas para dispersar um grupo de professores que
tentava entrar na Alep para acompanhar a votação.
Quatro dias depois, na segunda-feira, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, lamentou o episódio:
— Nós lamentamos. As imagens são terríveis. Nunca se imaginava que
um confronto como esse terminasse de maneira tão lastimável, com as
imagens que nós vimos. Nada justifica lesões, vítimas, de ambos os lados
— afirmou.
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