O
caso da morte do brasileiro Roberto Laudísio Curti, 21, em Sydney,
chega hoje à Justiça australiana. Durante dez dias de trabalho, um
tribunal preliminar ouvirá testemunhas e envolvidos em audiência
pública.
Beto, como era conhecido, morreu na madrugada de 18 de março de 2012
após a polícia estadual de Nova Gales do Sul (do qual Sydney é a
capital) o atingir com disparos de Taser (pistola de choque) e com spray
de pimenta.Ele era suspeito de furtar um pacote de bolachas de uma loja de conveniência na região central da cidade.
Os seis policiais suspeitos de disparem eletrochoques contra o brasileiro prestarão depoimentos.
Evidências da investigação também deverão ser tornadas públicas, como o exame de necropsia e toxicológico -um jornal de Sydney levantou a hipótese de que o jovem estava sob efeito de drogas.
As investigações sobre a morte ocorreram sob sigilo.
Advogados da família do rapaz e da polícia de Nova Gales do Sul deverão se manifestar na Justiça.
Após os trabalhos, a Justiça decide se encaminha ou não o caso para ser julgado criminalmente.
RECOMENDAÇÕES
Poderá também fazer recomendações como sugerir o abandono do uso das armas de eletrochoque no patrulhamento das ruas ou mais treinamento para os policiais.
Não há um prazo estipulado que as decisões sejam apresentadas.
O caso recebeu grande atenção por parte da mídia australiana. Questionamentos sobre o uso das armas de eletrochoques foram levantados por grupos de direitos humanos locais.
Curti morava com a irmã em Sydney. Ele veio para a Austrália para estudar Inglês em julho de 2011.
Seu corpo foi enterrado no cemitério do Araçá, na zona oeste de São Paulo, em abril.
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