sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Novos protestos contra medidas de austeridade paralisam a Grécia

UNIÃO EUROPEIA


Confrontos de rua e paralisação de diversos serviços marcaram novo dia de protestos contra o governo grego. Manifestações também visam pressionar líderes europeus reunidos em Bruxelas.
Violentos confrontos entre polícia e manifestantes e paralisação de diversos serviços marcaram protestos contra medidas de austeridade do governo grego nesta quinta-feira (18/10). A greve de 24 horas − segunda do gênero em apenas um mês − afetou de forma maciça o transporte urbano e de longa distância, assim como a administração pública. As manifestações também visam pressionar os líderes da União Europeia reunidos em encontro de cúpula nesta quinta e sexta-feira.
Depois dos recentes protestos em Portugal, Espanha e França, os manifestantes gregos querem enviar aos líderes da UE a mensagem de que as sociedades sujeitas a sucessivas medidas de austeridade chegaram ao seu limite. "Assalariados e pensionistas têm suportado sozinhos o peso da crise econômica, enquanto os delinquentes fiscais que a criaram estão a salvo", disse o sindicato GSEE, que representa centenas de milhares de trabalhadores do setor privado.

Além de uma paralisação do metrô de Atenas durante a manhã, trens e serviços de balsa foram cancelados. Também taxistas não trabalharam e voos foram cancelados ou sofreram atraso. Na quarta-feira, os sindicatos pediram que advogados, tabeliães, farmacêuticos, médicos e jornalistas cruzassem os braços.
Milhares foram às ruas
Segundo a polícia, cerca de 25 mil manifestantes foram às ruas em Atenas. Outras fontes contabilizaram o número de manifestantes entre 40 e 70 mil. Na cidade portuária de Thessaloniki, 17 mil pessoas protestaram. Na capital grega, ativistas mascarados atacaram as forças de segurança com bombas incendiárias na praça central de Syntagma, em frente ao Parlamento. Os policiais responderam com gás lacrimogêneo. Um manifestante, de 65 anos, morreu de ataque cardíaco durante os confrontos. Dezenas de pessoas ficaram feridas.
Atrito entre policiais e manifestantes deixaram um morto e dezenas de feridos em Atenas
O governo grego quer aprovar no Parlamento em novembro novas medidas de austeridade para atender às reivindicações da troica de credores formada por Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE). Atenas deverá apresentar um pacote de austeridade totalizando 13,5 bilhões de euros, para que a troica libere a terceira parcela do empréstimo de mais de 31 bilhões de euros do pacote de ajuda financeira de 130 bilhões.
Samaras voltará a pedir mais tempo
A Comissão Europeia afirmou na quarta-feira que a troica entrou em acordo com Atenas na maioria dos assuntos-chave e que pretende nos próximos dias chegar a um acordo final com as autoridades gregas. Além da Grécia, também serão tema da cúpula da UE em Bruxelas os próximos passos para uma reforma fundamental da união econômica e monetária europeia. O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, quer pedir, em Bruxelas, mais tempo para poder implementar suas medidas de austeridade.

Há meses ocorrem frequentes protestos contra medidas de austeridade do governo grego, as quais preveem redução do salário mínimo, cortes nas aposentadorias e pensões na área de saúde, assim como o corte de cerca de 15 mil postos de trabalho no setor público até o final do ano. Os sindicatos culpam a política de austeridade como responsável pela recessão no país.
MD/lusa/afp
Revisão: Francis França

DW.DE

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