PM diz que policial que atingiu rapaz confundiu estouro de pneu com tiro
Rafael Costa, de 17 anos, morreu após ser atingido por tiros no Rio.
Sargento foi encaminhado para Unidade Prisional da PM, em Benfica.
Fonte: G1
Crédito: Valmir Miguez da Silva / Arquivo PessoalPM diz que policial que atingiu Rafael Costa, de 17 anos, confundiu estouro de pneu com tiro.
A
Polícia Militar declarou em nota, na manhã desta segunda-feira (29),
que o sargento Marcio Perez de Oliveira, de 36 anos, autor do disparo
que atingiu e matou Rafael Costa, de 17 anos, em Cordovil, no subúrbio
do Rio, confundiu o estouro do pneu do carro do estudante com um tiro.
O
policial está há 11 anos na PM, teve as suas armas apreendidas e foi
encaminhado para Unidade Prisional da PM, em Benfica, Zona Norte do Rio.
Ele foi autuado por homicídio doloso (quando há a intenção de matar)
pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
Em
nota, a Polícia Civil informou que o policial foi preso em flagrante e
assumiu o disparo do tiro em depoimento.Segundo policiais, o sargento
disse que deu dois tiros e um atravessou o pescoço da vitima. O delegado
da DH, Rivaldo Barbosa, que disse que não vai falar sobre o caso, ouviu
10 pessoas, sendo oito PMs, e recolheu as armas de todos.
O
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Erir Ribeiro Costa Filho,
lamentou a morte do estudante, em nota. O comandante classificou o fato
como “lamentável” e declarou que os policiais só devem atirar quando há
segurança.
Parentes indignados
Parentes
do jovem Rafael Costa disseram nesta manhã, no Instituto Médico-Legal
(IML), que esperam que justiça seja feita e que os policiais militares
suspeitos de atirar contra o carro do jovem sejam presos.
Rafael
foi baleado e morreu por volta das 19h de domingo (28) dentro de um
carro na Estrada Porto Velho, em Cordovil. Policiais militares são
suspeitos de disparar contra o jovem, atingido com um tiro no pescoço.
Ele estava com dois irmãos dentro do carro que nada sofreram.
Os
policiais prestaram depoimento durante a madrugada, na Delegacia de
Homicídios, na Barra da Tijuca. O Batalhão de Olaria ainda não divulgou
os nomes dos militares.
Para o tio da vítima, Júlio César Thomaz, de 47 anos, disse que o sobrinho estava estudando para o vestibular.
"Só
tinha criança no carro. Eles viram as cabeças e abriram fogo. Eles
destruíram a vida da minha irmã. Esses caras não são punidos, são
exonerados. De que adianta deixar na rua? Para virar miliciano? Qual é a
justiça disso?" questiona Júlio César.
Segundo
o pai do rapaz, Valmir Miguez da Silva, os policiais queriam tirar o
corpo de Rafael de dentro do carro e colocar no carro da polícia para
descaracterizar o crime.
"Queriam tirar o
menino do carro, foi a hora que cheguei e vi que o meu filho estava
morto. O policial que atirou nele estava metendo o dedo no pescoco dele
para tirar o projétil da bala. Eu não deixei fazer um negócio desse com o
meu filho", afirmou Valmir, informando que o outro filho que estava no
veículo disse que os policiais se comunicavam pelo rádio mandando o
batalhão colocar a ocorrência como confronto.
A família, segundo Valmir, vai processar o estado. O pai do rapaz ainda ressaltou que os policiais foram irônicos com ele.
"Fui falar com o sargento que deu o tiro no meu filho e ele debochou, riu da minha cara", contou Valmir.
Sobre
a personalidade do jovem, o pai diz que o filho era atleta, cuidava da
saúde, não bebia nem refrigerante e era um ótimo aluno. Rafael estava no
carro com dois irmãos mais velhos e dois amigos. Os rapazes iam passar
na casa de umas meninas, quando a mãe de Rafael ligou e pediu que ele
voltasse para casa com o carro.
Na volta,
segundo o pai, o carro passou por um buraco, o pneu estourou e os
policiais atiraram na direção do veículo por causa do barulho. A mãe de
Rafael está em estado de choque. Apesar de o jovem ter cinco irmãos por
parte de pai, ele era filho único de Rosana Thomaz.
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