Da Redação
- O dono e ex-presidente do Conselho de Administração da Delta
Construções, Fernando Cavendish, impetrou habeas corpus com pedido de
liminar para não comparecer à CPI do Cachoeira no dia 29 de agosto. No
pedido, os advogados alegam que Cavendish perdeu a mulher em acidente de
helicóptero há cerca de um ano e que, assim, será exposto a situação
“desrespeitosa, humilhante e atentatória a sua integridade psicológica,
já tão abalada”.
Cavendish, que depois da eclosão do Caso Cachoeira
teria tentado vender a empresa, sem sucesso, foi convocado como
testemunha após a aprovação de 11 requerimentos, assinados por 14
parlamentares. Os requerimentos foram aprovados por unanimidade pela
comissão, com 28 votos favoráveis, no início de julho. Atualmente em
regime de recuperação financeira judicial, a empresa Delta é suspeita de
fazer repasses à organização criminosa de Carlinhos Cachoeira por meio
de empresas de fachada para obterbenefícios em obras.
Outro motivo da convocação, lembrado diversas
ocasiões pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), é a suposta afirmação feita
por Cavendish de que seria possível comprar parlamentares. Em um dos
requerimentos de convocação, os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e
Mendonça Prado (DEM-SE), lembram que o dono da Delta, em conversas
gravadas por ex-sócios, teria afirmado que “com seis milhões de reais é
possível comprar um senador” e “com trinta milhões de reais, você é
convidado para muitas coisas”.
No habeas corpus, os advogados citam trechos dos
requerimentos de convocação e alegam que, pelo teor das acusações que
vêm sendo feitas por parlamentares, a condição do empresário não é de
testemunha, mas sim de investigado. Por esse motivo, ele não seria
obrigado a comparecer à comissão. Ainda assim, pedem que, caso não haja a
dispensa, seja assegurado a ele o direito de permanecer em silêncio
para não se autoincriminar.
Regionais
Além disso, a defesa lembra que as irregularidades apontadas se concentram em apenas duas das nove regionais da empresa: a do Centro-Oeste e a do Distrito Federal. Para eles, os argumentos usados para convocar Cavendish representam desvio do fato determinado que justificou a instauração da CPI, relacionado às atividades apenas nas duas regionais.
Além disso, a defesa lembra que as irregularidades apontadas se concentram em apenas duas das nove regionais da empresa: a do Centro-Oeste e a do Distrito Federal. Para eles, os argumentos usados para convocar Cavendish representam desvio do fato determinado que justificou a instauração da CPI, relacionado às atividades apenas nas duas regionais.
Em entrevista na última quarta-feira, o presidente da
comissão, senador Vital do Rêgo, disse que não esperava muito do
depoimento, já que Cavendish não virá como colaborador da CPI. Para ele,
o depoimento do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot, pode trazer
informações novas à comissão.
Pagot, que falará no dia 28 de agosto, já havia
declarado sua disposição de colaborar com a CPI. Ele deixou o Dnit em
2011, após denúncias de irregularidades e atribui a pressão pela sua
saída ao grupo comandado por Cachoeira, que teria interesse de defender
interesses da Delta no órgão. Em entrevistas, Pagot disse que era
procurado por partidos para captar doações ilegais com empreiteiras para
campanhas políticas.
Outros depoentes
Na mesma semana dos depoimentos de Pagot e Cavendish, também serão ouvidos o empresário Adir Assad e o ex-diretor da Dersa, empresa responsável pelo desenvolvimento Rodoviário em São Paulo, Paulo Vieira de Souza. Assad, que será ouvido no dia 28, é apontado como agente usado pela Delta e outras empresas para lavar dinheiro. Já Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto deve falar no dia 29 sobre os contratos firmados entre a Dersa e a construtora Delta.
Na mesma semana dos depoimentos de Pagot e Cavendish, também serão ouvidos o empresário Adir Assad e o ex-diretor da Dersa, empresa responsável pelo desenvolvimento Rodoviário em São Paulo, Paulo Vieira de Souza. Assad, que será ouvido no dia 28, é apontado como agente usado pela Delta e outras empresas para lavar dinheiro. Já Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto deve falar no dia 29 sobre os contratos firmados entre a Dersa e a construtora Delta.
Agência Senado
Nenhum comentário:
Postar um comentário