quarta-feira, 9 de maio de 2012

"Minha Casa, Minha Vida" vira caso de roubalheira

Bomba na Capital Maranhense : fraude milionária no programa “Minha Casa, Minha Vida” põe Caixa Econômica sob suspeita no Maranhão.



Uma verdadeira bomba envolvendo a Caixa Econômica Federal (CEF) e algumas construtoras do Maranhão está prestes a estourar. Trata-se do suposto desvio de recursos do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal, que já está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF).
 Indícios levaram à suspeita de que a CEF liberou mais recursos do programa do que o declarado pela instituição ao firmar os contratos de financiamento e que tal montante foi desviado,  em uma fraude que rendeu aos envolvidos uma soma milionária.
À frente do esquema estaria a construtora Vasconcelos, que abriu processo de falência em junho do ano passado e abandonou todos os empreendimentos imobiliários que estava tocando em São Luís, deixando centenas de mutuários e funcionários no prejuízo.
Segundo fonte ouvida , a CEF já teria aposentado alguns ex-dirigentes e servidores do banco supostamente envolvidos no golpe. As aposentadorias em série chamaram a atenção do MPF, que decidiu proibir a instituição financeira de colocar outros funcionários na inatividade até que a investigação seja concluída. O inquérito que apura a fraude tem à frente a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Ana Karísia Távora Teixeira Nogueira.
A procuradora determinou a realização de reuniões semanais entre o MPF, dirigentes da CEF no Maranhão e representantes da Associação de Mutuários do Residencial Marfim II, empreendimento da Construtora Vasconcelos, localizado na área do Turu, abandonado em meados do ano passado, após a execução de apenas metade da obra, e que, segundo já foi constado em vistoria técnica, apresenta um grave erro na execuação do projeto de engenharia. A associação foi fundada com o objetivo cobrar a retomada dos serviços ou a até mesmo a solução do problema na Justiça.
Enquanto as investigações avançam e os mutuários lesados buscam ressarcimento, o proprietário da construtora, Pompeu Vasconcelos, mesmo após decretar falência, estaria refugiado no arquipélago das Bahamas, no Caribe, país famoso tanto pelas belezas naturais como por ser um paraíso fiscal. Em um dos últimos comunicados que fez divulgar na imprensa, Pompeu informou, por meio do seu advogado, que deixou o Maranhão e tomou rumo ignorado depois que um ex-funcionário o agrediu fisicamente e o ameaçou de morte.
Funcionários da CEF que se beneficiaram do golpe também estariam foragidos, gozando a aposentadoria e usufruindo os ganhos que auferiram ao aplicar o golpe milionário.
Seguro
No momento, a CEF negocia  o custeio do restante da construção do Residencial Marfim II com a seguradora J. Malucelli, do Paraná, acionada, conforme previsto no contrato de financiamento, após a falência da Vasconcelos. A construtora Dimensão, uma das mais conceituadas do estado, foi a única a interessar-se pelo projeto e apresentou orçamento de R$ 11 milhões para assumir o serviço. Mas, na proposta que fez à CEF e à seguradora, a empresa exige que o serviço comece do zero, com a demolição das estruturas já erguidas.
A J. Malucelli, por sua vez, estabeleceu teto máximo de R$ 6 milhões para a conclusão da obra, pois não aceita a demolição das estruturas já edificadas, mesmo tendo sido constatada falha na execução do projeto. O montante de R$ 1 milhão já teria sido liberado para a retomada do serviço.
Leia mais aqui sobre o calote aplicado pela Construtora Vasconcelos
Foto: arquivo/O Estado do Maranhão

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