Lei da Palmada corre o risco de não ser aprovada no Congresso
Projeto foi alvo de recursos e com isso está parado na Mesa Diretora da Câmara
Da Agência Brasil
O polêmico projeto de lei que proíbe os pais de castigarem
fisicamente os filhos corre o risco de não ser aprovado pelo Congresso
Nacional. Depois da aprovação, em caráter terminativo, da comissão
especial criada para analisá-lo, o projeto deveria ter sido encaminhado
ao Senado, mas está parado na Mesa Diretora da Câmara. O texto aguarda a
votação de seis recursos para que seja votado também no plenário da
Casa, o que o impediu de ser enviado direto ao Senado.Os deputados que apresentaram os recursos querem que a matéria seja discutida no plenário da Câmara antes de seguir para o Senado. Esses parlamentares esperam que a proposta seja rejeitada, quando a maioria dos deputados tiver acesso ao texto. Na comissão especial, apenas um grupo pequeno de parlamentares teve a oportunidade de apreciar e votar a proposta – que foi aprovada por unanimidade.
Para um dos deputados que apresentou recurso, Sandes Júnior (PP-GO), a matéria é complexa e merece ser debatida por mais tempo com um número maior de parlamentares.
- Trata-se de matéria polêmica, objeto de acaloradas discussões na referida comissão especial, porém sem a necessária visibilidade e amadurecimento que a importância do assunto exige.
Declaradamente contrário ao projeto, o deputado Augusto Coutinho (DEM-PE) também apresentou recurso para que o texto seja discutido no plenário da Câmara. Para ele, as relações familiares não podem ser ditadas pelo Estado.
- É indubitável que devam existir mecanismos para proteger a criança e o adolescente da violência, seja essa doméstica ou não. Contudo, não pode ser concedida ao Estado a prerrogativa de ingerência desmedida nos lares brasileiros.
A proposta, que ficou conhecida como Lei da Palmada, também estabelece que os pais que cometerem o delito deverão passar por acompanhamento psicológico ou psiquiátrico e receberem uma advertência. Eles, no entanto, não estão sujeitos à prisão, multa ou perda da guarda dos filhos. Os médicos, professores ou funcionários públicos que souberem de casos de agressões e não os denunciarem ficam sujeitos à multa que pode chegar a 20 salários mínimos.
Fonte: R7
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