Dezenas de pessoas ficaram feridas em Bagdá e em outras cidades.
Violência sectária ameaça o país após a retirada das tropas dos EUA.
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Ataques simultâneos no início da manhã em alvos predominantemente xiitas em todo o Iraque mataram ao menos 60 pessoas e feriram dezenas nesta quinta-feira (23), em um dos dias mais violentos desde que as tropas norte-americanas se retiraram do país em meados de dezembro.
Os ataques, que aparentemente tinham de lados opostos insurgentes muçulmanos sunitas ligados à rede terrorista de al-Qaeda contra xiitas, levantaram temores de um retorno da matança sectária disseminada que dividiu o Iraque e custou milhares de vidas em 2006 e 2007.
A violência pôs fim a semanas de relativa calma, quando o primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki, e os líderes sunitas buscaram resolver a crise política que ameaçava desfazer o acordo de divisão de forças no governo depois da retirada norte-americana.
Pelo menos 32 pessoas morreram em explosões em Bagdá, onde 10 bombas foram detonadas em bairros de maioria xiita durante a hora do rush, enquanto outros ataques tiveram por alvo patrulhas policiais, trabalhadores e pessoas aglomeradas em áreas comerciais.
"Estávamos sentados em um restaurante, tomando sopa no café da manhã, quando a bomba explodiu. Perdi a consciência e então vi fumaça e poeira quando acordei. Vi pessoas e pedaços de corpos por toda parte", disse o policial Ahmed Kadhim à Reuters.
Kadhim sofreu ferimentos de estilhaços em sua perna esquerda e nas costas quando um carro-bomba explodiu perto de um restaurante, matando seis pessoas e ferindo 18 no bairro Kadhimiya, no norte de Bagdá.
O Ministério do Interior culpou a al-Qaeda e grupos armados afiliados pelos ataques que disse ser uma tentativa de mostrar que a situação de segurança do Iraque continua instável.
As explosões acontecem a semanas de uma planejada cúpula da Liga Árabe em Bagdá, que havia sido adiada por causa dos tumultos regionais e pela aspereza entre o governo iraquiano liderado pelos xiitas e alguns Estados sunitas do Golfo.
"O objetivo dos ataques era espalhar a disputa sectária entre o povo iraquiano, e impedir que o encontro da Liga Árabe fosse realizado", disse o presidente do Parlamento, Osama al-Nujaifi.
Mais de uma dezena de explosões e ataques atingiram outras cidades em todo o Iraque, de Mosul no norte até Hilla no sul, muitos atingindo policiais.
A violência visava bairros xiitas, mas também as forças de segurança, um alvo frequente de insurgentes sunitas. Autoridades iraquianas previram que tais grupos iriam tentar provocar a tensão sectária com ataques depois que as forças norte-americanas voltassem para casa.
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