quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Após indefinição, Mocidade vence o Carnaval de SP


Após confusão e pancadaria, Mocidade Alegre é eleita a campeã do Carnaval 2012 de São Paulo - Foto: Eduardo Enomoto/R7Após pancadaria, incêndio e prisões, a Mocidade Alegre foi eleita a campeã do Carnaval 2012 de São Paulo. A confirmação foi dada pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Paulo Sérgio Ferreira, no final da noite desta terça-feira (21), após uma longa reunião entre ele e os presidentes da SPTuris (São Paulo do Turismo) e das escolas do grupo especial. Anteriormente, a organização do Carnaval chegou a informar que o resultado não sairia nesta terça-feira.
Após confusão e pancadaria, Mocidade Alegre é eleita a campeã do Carnaval 2012 de São Paulo - Foto: Eduardo Enomoto/R7
Em segundo lugar, ficou a Rosas de Ouro, seguida pela Vai-Vai, Mancha Verde e Unidos de Vila Maria. Desceram para o grupo de acesso a Pérola Negra e a Camisa Verde e Branco. Segundo Serginho, a classificação das escolas foi feita a partir de uma média aritméticas das notas que tinham sido divulgadas antes da suspensão da apuração, todas foram arredondadas para cima. Ainda de acordo com o presidente da Liga, sete escolas foram a favor da decisão e cinco votaram contra.
Antes do resultado do grupo especial, as notas do grupo de acesso foram divulgadas nesta noite e a Nenê de Vila Matilde foi eleita a campeã, com nota 179,7. A Acadêmicos do Tatuapé ficou em segundo lugar, com 179,3 pontos.
O impasse sobre a campeã do Carnaval paulistano começou com uma pancadaria que suspendeu a apuração dos votos do grupo especial. Um integrante da Império da Casa Verde, de 29 anos, invadiu a mesa dos jurados, roubou as notas das escolas, rasgou os papéis e tentou fugir. Arquibancada e integrantes de outras escolas se rebelaram e começaram a brigar, quebrar cadeiras e o alambrado que separava as mesas diretoras das escolas do público.
A Polícia Militar tentou conter a confusão, mas o número de policiais no local era pequeno, se comparado com o de torcedores. Um grupo de revoltosos chegou a invadir a pista local da marginal Tietê, sentido Castello Branco, que precisou ser interditada.
Ainda durante a confusão, foi registrado um incêndio no setor de dispersão do sambódromo. Chamas atingiram uma alegoria da Pérola Negra. Um caminhão-pipa foi usado para controlá-las. O diretor de marketing da Pérola Negra, Jaime Roizen, acusou torcedores da Gaviões da Fiel de terem ateado fogo ao carro. De acordo com ele, várias pessoas viram integrantes da escola deixarem a arquibancada frustrados e passarem ao lado da dispersão, ateando fogo às alegorias. Mesmo se dizendo corintiano, o diretor da Pérola Negra defende a saída da Gaviões do Carnaval paulistano.
- Eles são um bando de baderneiros. Receberam milhões do Lula e do governo federal e não tiveram capacidade de fazer um desfile como o nosso. Por causa disso, vieram botar fogo no nosso sonho. Isso não se faz.
A reportagem do R7 tentou entrar em contato com a direção da Gaviões da Fiel, mas até a publicação desta notícia não conseguiu retorno.
Troca de jurados
Após o tumulto, dois suspeitos de terem iniciado a confusão foram detidos. Além do integrante da Império da Casa Verde, um integrante da Gaviões da Fiel, de 20 anos, também foi preso. De acordo com o delegado Oswaldo Gonçalves do Deatur (delegacia que fica dentro do sambódromo), o integrante da Império da Casa Verde disse que rasgou as notas em sinal de protesto, pois a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo não cumpriu o acordo feito com as escolas, de que nenhuma delas seria rebaixada para o grupo de acesso devido à troca de dois jurados responsáveis pela apuração, ocorrida na quinta-feira (16).
A troca de jurados, aliás, causou confusão mesmo antes do início da apuração. O anúncio das notas começou com atraso porque representantes da Liga se reuniram com presidentes da algumas escolas que não concordaram com a alteração e criticaram a forma como a Liga conduziu a mudança, sem comunicar formalmente as escolas.
No momento em que a votação foi interrompida, estavam sendo anunciadas as notas do quesito comissão de frente, o último da apuração. A Mocidade Alegre era, então, a campeã do Carnaval paulistano, com 160 pontos. A Rosas de Ouro aparecia como vice-campeã (veja aqui as notas das escolas quando a apuração foi interrompida).
Logo após o incidente, Solange Cruz Bechara, presidente da Mocidade Alegre, afirmou não saber se existia uma cópia das notas dos jurados (que foi rasgada) e afirmou que não considera sua escola a campeã do Carnaval.
- Não posso me pronunciar sobre uma coisa que não aconteceu.
Ela falou ainda que entende, em parte, o que aconteceu.
Eu entendo o lado de todo mundo porque o Carnaval é muito disputado e ninguém quer descer para o grupo de acesso, mas a violência não leva a nada.
Mesmo sem considerar sua escola campeã, a Mocidade Alegre fez festa em sua quadra até tarde. A comemoração só foi encerrada por volta das 21h30, quando a organização do evento informou que a reunião entre os presidentes das escolas não tinha previsão para terminar. (R7)

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