Autor Desconhecido
Independentemente do resultado do plebiscito, o Pará estará,
inevitavelmente, dividido. E não há com que se preocupar, caso a vitória
seja do "Sim".
A vida da população do Pará remanescente não será afetada em
absolutamente nada, exceto pelo fato de que a forma e extensão
geográfica do estado do Pará estarão alterados, dados estes que mais de
90% dessa mesma população não têm a menor noção de quais são.
Não há também com que se preocupar, caso o "Sim" tenha sucesso, com a
vida da população dos dois novos Estados. A verdade é uma só: a vida
dessa população melhorará muito com o "Sim". Negar isto é a maior
mentira que alguém poderá pregar.
Preocupante, e muito, é a possível vitória do "Nao". E se falarmos em
probabilidades, ela não é pequena. Em sendo vitorioso o "Nao", novamente
a vida da população do Pará que seria remanescente não será
absolutamente afetada em nada e mais de 90% continuarão sem saber quais
são a forma e a extensão geográfica do Estado.
Ou seja, o plebiscito e seu resultado não acrescentam e nem retiram nada
da população da região metropolitana de Belém e nororete do Pará. Nem
mesmo conhecimento de geografia. Isto só interessa à elite dominante e
aos políticos da Região Metropolitana de Belém.
As consequências desatrosas, caso o "Nao" sagre-se vencedor, ocorrerão
nas regiões divisionistas (Carajás e Tapajós). Não tenham dúvidas de que
aquilo que já é ruim ficará muito pior. A mão pesada do Estado - que
nas regiões é traduzida pela quase ausência - se mostrará muito mais
dolorosa. A vida da população dessas regiões não será nada fácil. Dizer
que não haverá retaliações é outra grande mentira que ninguém, sério,
ousaria pregar. Os senhores do Estado serão impiedosos!
Portanto, esse plebiscito interessa, de verdade, apenas para a população
das regiões divisionistas e para a casta dominante de Belém, que,
independentemente da coloração partidária, faz parte da mesma trupe que
domina a política paraense há várias décadas.
Para a população da Região Metropolitana de Belém, que decidirá
verdadeiramente o plebiscito, o resultado não tem importância nenhuma em
suas vidas. Estão na zona de conforto dos cavalos em desfile de 7 de
setembro. Serão apenas a grande e mais importante massa de manobra.
Cabe saber quem será o melhor manobrista. E como na última eleição para o
governo, temos baianos e paraenses na direção e em lados opostos. Os
baianos falharam naquela.
Preventivamente, cabe aos que buscam os louros de uma possível vitória
do "Sim" saber que suas também deverão ser as responsabilidades pelas
mazelas e nefastas consequências, para as populações divisionistas, de
uma possível vitória do "Nao".
Grandeza será não se furtarem a isto.