sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Número de mortos por terremoto na Turquia se aproxima de 600


O número de mortos em decorrência do terremoto de magnitude 7,2 graus na escala Richter que atingiu o leste da Turquia no domingo passado já chega a 575 pessoas, enquanto outras 2.608 permanecem hospitalizadas, informa nesta sexta-feira a Agência de Gestão de Desastres e Situações de Emergência (Afad) do Governo de Ancara. Uma das últimas mortes registradas é a de Sinan Karaduman, pai de Azra, a "bebê-milagre" de pouco mais de duas semanas de vida que, na terça-feira, foi resgatada sã e salva após ter passado cerca de 48 horas sob os escombros.
As equipes de resgate extraíram nesta sexta-feira o corpo de Karaduman, de 34 anos, das ruínas do mesmo prédio onde sua filha, esposa e mãe foram localizadas, que permanecem internadas em um hospital de Ancara e, segundo os médicos informaram nesta sexta-feira, se encontram em bom estado de saúde.
Os últimos resgates foram realizados na noite passada: um jovem de 18 anos, que tinha passado 102 horas sob os escombros, e um adolescente de 13, que suportou 108 horas. Ambos foram internados no mesmo hospital e passam bem.
"Sempre acreditei que me salvariam. Passei dias bebendo água da chuva", disse o jovem de 18 anos à imprensa turca.
A Afad explicou que, após avaliar a situação de cerca de 10 mil prédios, decretou que 5.739 se encontram em estado inabitável devido aos danos sofridos pela tragédia, ocorrida na província de Van.
Enquanto isso, os sobreviventes enfrentam o intenso frio que castiga a província. Os serviços meteorológicos estatais preveem que, até a próxima segunda-feira, as temperaturas locais oscilem entre 3 graus negativos e 9 positivos, com constantes precipitações em forma de neve e chuva.
Alguns desabrigados denunciaram à imprensa turca que barracas roubadas no assalto de vários caminhões de ajuda são vendidas por 200 liras (R$ 190) e que a tela para improvisar abrigos era vendida há poucos dias por 4 liras o metro (R$ 3,85), enquanto agora esse preço triplicou.
Nihayet Araz, uma mulher de 55 anos, explicou em declarações à agência pró-curda "Firat" que o povo não está precisando de pão, mas de barracas para se proteger do frio e da chuva. "Eu sou velha e não me preocupo em morrer. Mas o que acontecerá com todas essas crianças? Não morremos pelo terremoto, mas morreremos por causa do frio".
Há dois dias, a Turquia aceitou as ofertas de ajuda internacional. Israel, que vive tensas relações diplomáticas com Ancara, foi o primeiro país a enviar sete casas pré-fabricadas, uma das principais demandas dos desabrigados. Armênia, Suíça, Ucrânia, Cazaquistão e Azerbaijão também enviaram tendas, cobertores e sacos de dormir, que começaram a chegar nesta quinta-feira.
Segundo os últimos dados do Instituto de Estatística da Turquia, a província de Van possuía no final do ano passado pouco mais de 1 milhão de habitantes.
EFE

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