A cruel estatística dos acidentes com motos exige ações
Tribuna Impressa
Os acidentes fatais envolvendo motos marcaram nos últimos dias uma
estatística nefasta em Araraquara. Foram cinco mortos em apenas uma
semana, sendo que um dos acidentes envolveu dois irmãos de Américo
Brasiliense, na Via Expressa, sob o Terminal de Integração. Nos
levantamentos realizados sobre tráfego na cidade, as motos continuam
sendo campeãs de ocorrências e o perfil das vítimas é muito semelhante:
na maioria são jovens entre 18 e 23 anos e cerca de 85% são homens. Há
outros pontos em comum em grande parte dos casos, como imprudência, alta
velocidade, motociclistas embriagados e acidentes registrados nos fins
de semana, geralmente à noite ou pela madrugada.
A explosão do número de motos nas cidades brasileiras tornou-se inevitável na última década - um crescimento superior a 2.200%. Deficiências no transporte público, volume crescente de trânsito e facilidades de financiamento produziram um atraente coquetel que tornou a compra da moto muito mais acessível. Estudo bastante detalhado realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que em 2008/2009 as mortes em acidentes com motos no Brasil representavam aproximadamente 25% do total de óbitos no trânsito. Em 2000, eram apenas 9%. Hoje são 19 mortes por dia no País, a maioria nas grandes cidades. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada 90 segundos morre um motociclista no mundo.
A Frente Parlamentar do Transporte Público também publicou uma cartilha, no segundo semestre do ano passado, alertando sobre os perigos da utilização de motos no trânsito. O levantamento aponta que esse tipo de acidente provoca consequências permanentes a 100 mil brasileiros por ano, 4 mil com sequelas graves como paraplegia ou tetraplegia. De cada cem acidentes com motos, há vítimas em 71 e 16% dos motociclistas acidentados estavam na garupa. Apenas 5% do total de vítimas não sofrem danos físicos.
Araraquara viveu um período terrível em suas estatísticas particulares nos primeiros meses de 2007, quando 92% dos acidentes fatais entre janeiro e abril envolveram motos. Mas o peso cruel dos números, aqui como em todo o País, apenas reforça a necessidade de medidas preventivas. Os mesmos estudos que ressaltam esses dados fatais sugerem as ações necessárias para conter os acidentes. Todos eles apontam em uma direção: prioridade na educação para o trânsito, rigidez na elaboração das leis e fiscalização ostensiva. É preciso reconhecer os esforços do Denatran e dos Detrans estaduais no processo de aplicação da legislação. A evolução das medidas punitivas mostrou eficácia na última década, mas há um vício cíclico de relaxamento na fiscalização, que só a divulgação de números alarmantes tem conseguido reverter.
Mesmo assim, há vários pontos a ser levados em conta no caso das motos e que podem ser atacados tanto pelos governos centrais quanto pelos municípios. É preciso cobrar capacitação constante para os motociclistas, exames diferenciados e mais rigorosos, quem sabe propor a criação de uma nova categoria de habilitação. As vistorias de motos, em especial as de carga, também necessitam de atenção específica, assim como os condutores desses veículos, que infestam as cidades médias e grandes. Os chamados motoboys precisam de uma regulamentação em sua profissão e a formação de um cadastro nacional integrado separaria o joio do trigo e evitaria, inclusive, a desmoralização da categoria, vista com preconceito por boa parte da população.
Por fim, em todas as pontas desse complicado processo está o trabalho de conscientização, a começar pelo ensino oficial, passando pelos projetos envolvendo as autoridades policiais e de trânsito junto às escolas - como temos alguns exemplos em nossa cidade. O certo é que algo tem que ser feito com urgência, e os governos precisam estar atentos a isso, para tentarmos cortar a seco o ciclo de estatísticas cada vez mais assustadoras envolvendo motos.
A explosão do número de motos nas cidades brasileiras tornou-se inevitável na última década - um crescimento superior a 2.200%. Deficiências no transporte público, volume crescente de trânsito e facilidades de financiamento produziram um atraente coquetel que tornou a compra da moto muito mais acessível. Estudo bastante detalhado realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que em 2008/2009 as mortes em acidentes com motos no Brasil representavam aproximadamente 25% do total de óbitos no trânsito. Em 2000, eram apenas 9%. Hoje são 19 mortes por dia no País, a maioria nas grandes cidades. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada 90 segundos morre um motociclista no mundo.
A Frente Parlamentar do Transporte Público também publicou uma cartilha, no segundo semestre do ano passado, alertando sobre os perigos da utilização de motos no trânsito. O levantamento aponta que esse tipo de acidente provoca consequências permanentes a 100 mil brasileiros por ano, 4 mil com sequelas graves como paraplegia ou tetraplegia. De cada cem acidentes com motos, há vítimas em 71 e 16% dos motociclistas acidentados estavam na garupa. Apenas 5% do total de vítimas não sofrem danos físicos.
Araraquara viveu um período terrível em suas estatísticas particulares nos primeiros meses de 2007, quando 92% dos acidentes fatais entre janeiro e abril envolveram motos. Mas o peso cruel dos números, aqui como em todo o País, apenas reforça a necessidade de medidas preventivas. Os mesmos estudos que ressaltam esses dados fatais sugerem as ações necessárias para conter os acidentes. Todos eles apontam em uma direção: prioridade na educação para o trânsito, rigidez na elaboração das leis e fiscalização ostensiva. É preciso reconhecer os esforços do Denatran e dos Detrans estaduais no processo de aplicação da legislação. A evolução das medidas punitivas mostrou eficácia na última década, mas há um vício cíclico de relaxamento na fiscalização, que só a divulgação de números alarmantes tem conseguido reverter.
Mesmo assim, há vários pontos a ser levados em conta no caso das motos e que podem ser atacados tanto pelos governos centrais quanto pelos municípios. É preciso cobrar capacitação constante para os motociclistas, exames diferenciados e mais rigorosos, quem sabe propor a criação de uma nova categoria de habilitação. As vistorias de motos, em especial as de carga, também necessitam de atenção específica, assim como os condutores desses veículos, que infestam as cidades médias e grandes. Os chamados motoboys precisam de uma regulamentação em sua profissão e a formação de um cadastro nacional integrado separaria o joio do trigo e evitaria, inclusive, a desmoralização da categoria, vista com preconceito por boa parte da população.
Por fim, em todas as pontas desse complicado processo está o trabalho de conscientização, a começar pelo ensino oficial, passando pelos projetos envolvendo as autoridades policiais e de trânsito junto às escolas - como temos alguns exemplos em nossa cidade. O certo é que algo tem que ser feito com urgência, e os governos precisam estar atentos a isso, para tentarmos cortar a seco o ciclo de estatísticas cada vez mais assustadoras envolvendo motos.
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