terça-feira, 25 de outubro de 2011

Novo governo líbio será formado em duas semanas


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Mustafa Abdel Jalil afirmou que o Conselho deve discutir na próxima semana quem irá liderar o novo governo
FOTO: REUTERS
O chefe do Conselho Nacional de Transição disse que o país não vai se voltar para o extremismo religioso
Benghazi. As discussões para a formação do próximo governo interino da Líbia já estão em andamento e uma decisão é esperada em cerca de duas semanas, disse o chefe do Conselho Nacional de Transição ontem.

Mustafa Abdel Jalil afirmou que o Conselho deve discutir na próxima semana quem irá liderar o novo governo, substituindo Mahmoud Jibril, que renunciou no fim de semana.

Abdel Jalil, que no domingo disse que a Líbia havia adotado a sharia (lei islâmica) como fonte de sua legislação, tentou amenizar os temores de que o país possa se voltar para o extremismo religioso.

"Quero certificar a comunidade internacional de que nós, líbios, somos muçulmanos moderados", disse.

De acordo com Jalil, foi formado um comitê para investigar as circunstâncias da morte do ex-líder líbio Muammar Kadafi. Em 15 dias, a comissão deverá apresentar uma conclusão. Há suspeitas de que o ex-ditador foi capturado vivo e depois assassinado. No corpo de Kadafi, há tiros na cabeça e no abdome.

O governo provisório informou que não aceitará uma comissão internacional para apurar o assunto.

Uma autoridade do CNT informou ontem que o corpo do ex-ditador será enterrado hoje em uma cerimônia simples, com a presença de clérigos muçulmanos, em um lugar secreto no deserto líbio. "Ele será enterrado amanhã (hoje) em uma cerimônia simples com a participação de xeiques no enterro. Será um lugar desconhecido no deserto", declarou a autoridade, acrescentando que a decomposição chegou a um ponto que "o corpo não pode durar mais tempo".

"Nenhum acordo foi atingido com sua tribo para levá-lo", ele acrescentou. Questionado se o filho de Kadafi, Motassim, seria enterrado na mesma cerimônia, a autoridade disse que "sim".

Os corpos de Kadafi, de Motassim e do chefe de seu Exército foram levados, ontem, da sala refrigerada onde estavam expostos, em Misrata, para um local desconhecido.

A organização não-governamental de defesa de direitos humanos Human Rights Watch disse ontem que 53 pessoas - supostamente simpatizantes do regime kadafista- teriam sido executadas em um hotel em Sirte na semana passada.

A Human Rights Watch pediu que o Conselho Nacional de Transição conduza uma investigação "imediata e transparente" do incidente.

Os corpos foram achados no domingo no hotel Mahaari, no distrito 2 de Sirte, cidade que foi alvo de uma ofensiva na semana passada.

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