Denúncias levaram à cassação do mandato de prefeito de Hélio de Oliveira Santos
Moradores de Campinas acreditam que a posse
de Demétrio Vilagra (PT) como prefeito, ocorrida na última terça-feira
(23) e mantida por uma liminar após a Câmara decidir afastá-lo, não irá
solucionar a crise política que abalou a administração do município,
considerado um dos mais importantes do estado de São Paulo. Para
moradores da cidade entrevistados pela equipe de reportagem do G1, a
solução é convocar uma nova eleição, e o mais rápido possível.
Acompanhe o site especial sobre o escândalo na Prefeitura de Campinas
A crise em Campinas teve início após a investigação de um esquema de contratos suspeitos na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), envolvendo pagamento de propina. Os vereadores cassaram o mandato do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) na madrugada do sábado (20). Vilagra assumiu o cargo na terça-feira, mas teve o afastamento referendado pelos vereadores no dia seguinte. Ele só permanece no cargo porque obteve uma liminar na Justiça.
O comerciante Reinaldo Domingues, de 62 anos, defende a convocação de uma nova eleição como uma saída para o impasse. “Sou a favor da queda do Dr. Hélio e do Vilagra também. Ele é réu. O correto seria que ele também fosse afastado. Isso só prejudica Campinas, que já está há seis meses sem uma administração voltada para os problemas da cidade”, afirma. Domingues, que mora há 30 anos no município, diz ter se surpreendido com o escândalo na administração municipal. “A gente nunca achou que estivesse tão perto e com tanta gente envolvida no alto escalão. Como cidadão, eu me sinto frustrado, espoliado."
O comerciante Nivaldo Martins, de 50 anos, também é favorável a uma nova eleição. “Eu não sei se legalmente é possível, mas o ideal seria a convocação de uma nova eleição. Eu não acredito em partido santo, mas com a corrupção tem que agir como marido traído: se pegou, tem que tomar uma atitude”, afirma. Martins diz que queria ver uma mobilização popular mais intensa. “Eu não tenho espírito de liderança, mas queria convocar os estudantes e as donas de casa para bater panela, protestar."
Para o aposentado Jair Topolin, de 63 anos, a mudança na administração pode trazer avanços para Campinas. Por enquanto, diz, o avanço é nulo. “A mudança pode trazer melhorias, mas ainda estamos no estágio zero. É lógico que o Dr. Hélio sabia do esquema de corrupção. Não é possível que o vice também não soubesse. Teríamos que ter uma nova eleição para prosseguir.”
O vendedor de cachorro-quente Sérgio Rodrigues, de 42 anos, morador de Campinas desde os 10 anos, sente-se envergonhado com os escândalos de corrupção que atingiram a cidade. “O Dr. Hélio merecia ser cassado, mas seria preciso fazer uma nova votação e não do jeito que eles fizeram. Nem o presidente da Câmara deveria assumir. O grupo que quer derrubar o governo do Hélio é pior do que ele”, diz.
Entenda o caso
Demétrio Vilagra, que era vice-prefeito, tomou posse na terça-feira (23). Logo depois, o vereador Valdir Terrazan (PSDB) entrou com pedidos de abertura de uma comissão processante e um pedido de afastamento imediato de Vilagra, alegando que ele mesmo era investigado pelo Ministério Público no escândalo de corrupção que acabou por afastar Dr. Hélio. Os pedidos foram aprovados na sessão que começou na noite de quarta-feira (24), por 29 votos a quatro.
Com o seu afastamento, o presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), assumiria nesta sexta-feira. Mas Vilagra conseguiu uma liminar na Justiça e permanece no poder. Em nota, o presidente da Câmara, Pedro Serafim, disse que vai recorrer da decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública. “Nossa obrigação de ofício é recorrer ao juiz para que ele possa reanalisar a questão”, afirmou o vereador.
O G1 procurou o advogado Alberto Rollo, que representa o ex-prefeito de Campinas, e ele disse que Dr. Hélio não irá se manifestar, que só prestará declarações à Justiça. Vilagra afirmou na tarde desta terça-feira (23) que tem certeza de que será absolvido da acusação de envolvimento em um esquema de corrupção na gestão anterior. Ele afirmou não ter “problema com a Justiça”.
Acompanhe o site especial sobre o escândalo na Prefeitura de Campinas
A crise em Campinas teve início após a investigação de um esquema de contratos suspeitos na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), envolvendo pagamento de propina. Os vereadores cassaram o mandato do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) na madrugada do sábado (20). Vilagra assumiu o cargo na terça-feira, mas teve o afastamento referendado pelos vereadores no dia seguinte. Ele só permanece no cargo porque obteve uma liminar na Justiça.
O comerciante Reinaldo Domingues, de 62 anos, defende a convocação de uma nova eleição como uma saída para o impasse. “Sou a favor da queda do Dr. Hélio e do Vilagra também. Ele é réu. O correto seria que ele também fosse afastado. Isso só prejudica Campinas, que já está há seis meses sem uma administração voltada para os problemas da cidade”, afirma. Domingues, que mora há 30 anos no município, diz ter se surpreendido com o escândalo na administração municipal. “A gente nunca achou que estivesse tão perto e com tanta gente envolvida no alto escalão. Como cidadão, eu me sinto frustrado, espoliado."
O comerciante Nivaldo Martins, de 50 anos, também é favorável a uma nova eleição. “Eu não sei se legalmente é possível, mas o ideal seria a convocação de uma nova eleição. Eu não acredito em partido santo, mas com a corrupção tem que agir como marido traído: se pegou, tem que tomar uma atitude”, afirma. Martins diz que queria ver uma mobilização popular mais intensa. “Eu não tenho espírito de liderança, mas queria convocar os estudantes e as donas de casa para bater panela, protestar."
Para o aposentado Jair Topolin, de 63 anos, a mudança na administração pode trazer avanços para Campinas. Por enquanto, diz, o avanço é nulo. “A mudança pode trazer melhorias, mas ainda estamos no estágio zero. É lógico que o Dr. Hélio sabia do esquema de corrupção. Não é possível que o vice também não soubesse. Teríamos que ter uma nova eleição para prosseguir.”
O vendedor de cachorro-quente Sérgio Rodrigues, de 42 anos, morador de Campinas desde os 10 anos, sente-se envergonhado com os escândalos de corrupção que atingiram a cidade. “O Dr. Hélio merecia ser cassado, mas seria preciso fazer uma nova votação e não do jeito que eles fizeram. Nem o presidente da Câmara deveria assumir. O grupo que quer derrubar o governo do Hélio é pior do que ele”, diz.
Entenda o caso
Demétrio Vilagra, que era vice-prefeito, tomou posse na terça-feira (23). Logo depois, o vereador Valdir Terrazan (PSDB) entrou com pedidos de abertura de uma comissão processante e um pedido de afastamento imediato de Vilagra, alegando que ele mesmo era investigado pelo Ministério Público no escândalo de corrupção que acabou por afastar Dr. Hélio. Os pedidos foram aprovados na sessão que começou na noite de quarta-feira (24), por 29 votos a quatro.
Com o seu afastamento, o presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), assumiria nesta sexta-feira. Mas Vilagra conseguiu uma liminar na Justiça e permanece no poder. Em nota, o presidente da Câmara, Pedro Serafim, disse que vai recorrer da decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública. “Nossa obrigação de ofício é recorrer ao juiz para que ele possa reanalisar a questão”, afirmou o vereador.
O G1 procurou o advogado Alberto Rollo, que representa o ex-prefeito de Campinas, e ele disse que Dr. Hélio não irá se manifestar, que só prestará declarações à Justiça. Vilagra afirmou na tarde desta terça-feira (23) que tem certeza de que será absolvido da acusação de envolvimento em um esquema de corrupção na gestão anterior. Ele afirmou não ter “problema com a Justiça”.
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